AS 48 LEIS DO PODER ROBERT GREENE PROJETO DE JOOST ELFFERS
SUMÁRIO
LEI 24 página 207 REPRESENTE O CORTESÃO PERFEITO O cortesão perfeito prospera num mundo onde tudo gira em torno do poder e da habilidade política. Ele domina a arte da dissimulação; ele adula, cede aos superiores, e assegura o seu poder sobre os outros da forma mais gentil e dissimulada. Aprenda e aplique as leis da corte e não haverá limites para a sua escalada. p.13
LEI 34 página 309 SEJA ARISTOCRÁTICO AO SEU PRÓPRIO MODO; AJA COMO UM REI PARA SER TRATADO COMO TAL A maneira como você se comporta em geral determina como você é tratado: a longo prazo, aparentando ser vulgar ou comum, você fará com que as pessoas o desrespeitem. Pois um rei respeita a si próprio e inspira nos outros o mesmo sentimento. Agindo com realeza e confiança nos seus poderes, você se mostra destinado a usar uma coroa. p.14
LEI 38 página 344 PENSE COMO QUISER, MAS COMPORTE-SE COMO OS OUTROS Se você alardear que é contrário às tendências da época, ostentando ideias pouco convencionais e modos não ortodoxos, as pessoas vão achar que você está apenas querendo chamar atenção e se julga superior. Acharão um jeito de punir você por fazê-las se sentir inferiores. É muito mais seguro juntar-se a elas e desenvolver um toque comum. Compartilhe a sua originalidade só com os amigos tolerantes e queles que certamente apreciarão a sua singularidade. p.15
LEI
24 REPRESENTE O CORTESÃO PERFEITO OS DOIS CÃES Bardos, o fiel cão de guarda que serve ao seu senhor com dedicação, vê sua velha amiga Joujou, a cadelinha de estimação de pelo encaracolado, sentada na janela sobre uma macia almofada de penas. Sorrateiro, ele se aproxima afetuosamente, como uma criança que procura os pais, e chora de emoção; e ali, debaixo da janela, abana o rabo e saltita. “Que vida você leva agora, Joujoutka, desde que o senhor a levou para a sua mansão? Você deve se lembrar, sem dúvida, de como ávamos fome no pátio. Como é o seu serviço atualmente?” Seria um pecado reclamar da minha sorte”, responde Joujoutka. “Meu senhor me dá toda a atenção possível. Vivo na riqueza e na abundância, e como e bebo em peças de prata. Brinco com o senhor, e se fico cansada, descanso sobre tapetes ou numa almofada macia. E como você está?” “Eu?”, responde Bardos, deixando cair a cauda como um chicote, baixando a cabeça. “Vivo como costumava viver. o frio e fome; e aqui, enquanto guardo a casa do meu senhor, tenho que dormir encostado no muro, e fico encharcado na chuva. E se começo a latir na hora errada, sou chicoteado. Mas como você, Joujou, tão pequena e fraca, conseguiu cair nas suas graças, enquanto eu me esfolo inutilmente? O que você faz?” “‘O que você faz’, é uma boa pergunta!”, respondeu Joujou, com ar de zombaria. “Eu ando sobre as pernas traseiras.” FABLES, IVAN KRILOFF, 1768-1844
É sensato ser polido; por conseguinte, é idiotice ser rude. Criar inimigos com a falta desnecessária e proprosital de civilidade é insensatez tão grande quanto tocar fogo na própria casa. Porque a polidez é como uma ficha – uma moeda reconhecidamente falsa, e com a qual é tolice agir com avareza. O homem de bom senso será generoso ao usá-la… A cera, substância naturalmente dura e quebradiça, pode se tornar macia aplicando-se um pouco de calor, adquirindo a forma que mais lhe agradar. Da mesma maneira, sendo polido e gentil, você pode tornar as pessoas dóceis e servis, mesmo que tendam a ser rabugentas e malevolentes. Portanto a polidez é para a natureza humana o que o calor é para a cera. ARTHUR SCHOPENHAUER, 1788-1860