Resenha do filme “O quarto poder” O filme “O quarto poder”, do diretor Costa-Gavras, retrata a influência que a mídia pode exercer sobre a opinião pública, elevando ou rebaixando a reputação de um indivíduo e alterando a visão da sociedade de uma circunstância ou um acontecimento. O título original, “Mad City”, foi traduzido para o português como “O quarto poder”, em alusão à existência da capacidade que a mídia possui de ditar as regras. O poder da mídia é tão grande que poderia ser comparado aos três poderes do Estado brasileiro. (Executivo, legislativo e judiciário). A narrativa começa com uma atitude desesperada de um segurança de museu, que acabara de ser demitido e, num ato impensado e inconsequente, ele, Sam Baily, interpretado pelo ator John Travolta, aparece armado no museu, querendo seu emprego de volta e acaba fazendo reféns a diretora do museu e crianças que visitavam o local. Enquanto isso, Max Brackett, interpretado pelo ator Dustin Hoffman, é um jornalista com pouca ou nenhuma popularidade, devido a recusar-se dar entrevista em um acontecimento trágico em que esteve envolvido. Max recebe uma ordem para fazer uma matéria sobre o mesmo museu. Esperava ele ser uma matéria simples, quando, ao chegar, percebe que algo estranho está acontecendo. No meio da discussão com a diretora, Sam, acidentalmente efetua um disparo que atinge o seu ex-colega de trabalho, um segurança negro do museu. Quando as vidas de Sam e Max se encontram, começa um confuso e malicioso jogo de interesses. Max vê no caso a sua grande chance de voltar a ser respeitado no meio jornalístico e Sam vê em Max uma chance de mostrar às pessoas a sua inocência e o seu arrependimento por tudo o que acabou causando com seu ato desesperado para conseguir o emprego de volta. Depois do caso de Sam ser explorado e manipulado, de ter recebido vários enfoques diferentes, de acordo com interesse de cada emissora, de cada profissional, o mesmo se vê em uma situação sem saída, mais ainda quando descobre que o seu ex-colega do museu, o negro que ele havia baleado, morre no hospital. A morte do guarda negro ocasiona uma comoção popular contra a imagem de Sam.
O fechamento da história se dá com o suicídio de Sam, que para a sociedade significou naquele momento apenas a morte de um criminoso, um racista, um louco, mas para Max, alguém que a máfia da mídia matou. Renata Pereira Pessoa