Reflexão Do Poeta Do Canto V - Os Lusíadas w4d5

Reflexão do poeta: A Carência da Epopeia Lusitana

Resumo o Canto V No canto IV, Vasco da Gama inicia a narração da viagem marítima à Índia, seguindo no Canto V com a sua descrição. A viagem é caraterizada por diversos obstáculos, e pela experiência de fenómenos considerados como sobrenaturais: Garante que viu, “claramente, visto o lume vivo”, referindo-se ao Fogo-de-santelmo, uma descarga elétrica na atmosfera; Descreve minuciosamente o erguer da Tromba Marítima; Enfrentaram a hostilidade dos nativos, como inferimos através do episódio do Fernão Veloso, em que ao resolver-se arriscarse em terra arrepende-se porque é perseguido pelos africanos; a agem pelo Cabo das Tormentas que era famoso pelos inúmeros naufrágios aí ocorridos, tendo Vasco da Gama exposto o episódio do Gigante Adamastor no qual os frágeis navegadores defrontaram a fúria desta figura mítica; e, por fim, a referência ao escorbuto, doença instigada pela subnutrição. Tudo isto, sublinhando a ideia de que aquilo que os sábios só conheciam através das escrituras, os portugueses haviam experienciado e com os seus próprios olhos comprovaram a realidade do que antes era mistério da Natureza.

Análise do poema 92 Camões reflete sobre a importância da glorificação das obras realizadas pelo Homem, porque estas distinções incutem um sentimento de satisfação naquele que lutou para alcançar o seu objetivo. Além disso, a publicação destas “valorosas obras” incitam a outras pessoas esforçarem-se para serem autores de grandes feitos e por eles louvados.

93 Confirma o conteúdo da estrofe 92. Enumerando heróis da antiguidade a quem foram dirigidos cantos e versos e erguidos monumentos famosos. E todos estes heróis itiram que estes reconhecimentos lhes provocavam um grande deleite.

94 Vasco da Gama trabalha para que as aventuras marítimas portuguesas sejam tão ou mais louvadas do que as obras já divulgadas em antigas epopeias. No entanto repara que esse valor esperado não foi obtido em Portugal. Segue, dando o exemplo do imperador Augusto (referese a ele como um “Herói”) que investe na glorificação dos feitos romanos, estimulando a escrita do poeta Virgílio.

95 Portugal tem os seus próprios heróis, só que não são reconhecidos no seu país. Assim Camões corrobora a ideia de que ninguém investe no louvor nacional, o que causa uma insensibilidade por parte do povo para com os seus pais (algo que se contínua a observar presentemente). Expõe outro exemplo do louvor ao herói: demonstrando a potencialidade dos versos de Octávio que colocaram em causa um casamento.

96 Novamente argumenta a sua crítica utilizando outro exemplo: César, um guerreiro, que além de lutar, registava todo o processo das suas batalhas, a fim de as suas vitórias ficarem registadas na História. Além disso, refere que é através dessas obras que nós hoje conhecemos o ado.

97 Camões faz uma crítica direta aos portuguese: enquanto noutras nações os feitos dos “capitães” eram valorizados através dos versos, em Portugal não se celebrava esses feitos. Esta ausência artística coloca um entrave ao orgulho nacional.

98 Não é por falta de inspiração que não existem epopeias lusitanas, visto que o nosso país é rico em histórias de bravura. Sendo assim os portuguese tornaram-se desinteressados nestas questões de glória, não existindo o estímulo necessário para um individuo trabalhar numa obra de matéria nacional.

99 Luís de Camões utiliza as “musas”, “filhas do Tejo” para se referir a si próprio. Assim o poeta refere que Vasco da Gama deveria agradecer-lhe pois é ele que imortalizará as realizações heroicas do povo lusitano. Simultaneamente, agradece às figuras mitológicas que o apoiaram neste seu objetivo.

100 Identifica a sua epopeia como produto de “amor fraterno e puro gosto”. Contudo isto não significa que o poeta despreze o valor dos portugueses face à sua obra, pois é também oi próprio que declara “seu preço e sua valia”.

Nota: neste canto, Os Lusíadas demonstram-se como uma comprovação da capacidade de realização do Homem: o facto de terem ultraado certos obstáculos originados da Natureza e o alargamento dos limites do saber. Tudo isto revela o pendor humanista da obra, pois sugere aos portugueses modelos da perfeição humana (como por exemplo a conjugação de “armas e letras”).

Trabalho realizado por Adriana Martins Ana Marisa Helena Santos Tânia Azevedo 12ºG