Importância A combinação de árvores com pastagens (sistemas silvipastoris), com pastagens e a inclusão de culturas agrícolas durante a fase inicial de desenvolvimento das espécies arbóreas (sistemas agrossilvipastoris) e mesmo a associação de árvores com culturas agrícolas (sistemas silviagrícolas) são de grande aplicabilidade. A atividade florestal exige rotações mais longas que as demais atividades agropecuárias, principalmente para que se obtenha um produto final para serraria. O corte do eucalipto para industrialização ocorre normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 rotações sucessivas e econômicas, com ciclo final de até 21 anos. Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos regulares e normalmente com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda, como prestadoras de serviços como quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais, sem no entanto esquecer o seu potencial para gerar produtos econômicos. Para que se tenha sucesso nesse empreendimento, precisa-se considerar o espaçamento da espécie florestal. Nesses sistemas normalmente são usadas menores densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies florestais em campo. Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado número de árvores com pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas para fins menos nobres como lenha, carvão, celulose, engradados e estacas para cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número menor de plantas por unidade de área, tornando mais fácil o o de máquinas para o plantio e tratos culturais. Facilitam também a retirada da madeira e empregam menos mão-de-obra, além de permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes, vigas, esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos culturais e menor derrama natural. Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é necessário que os espaços entre as plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado em podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores preços mediante uma mercadoria de maior valor agregado. Dessa forma, a implantação de povoamentos, assim manejados, é naturalmente uma excelente alternativa para se integrar as atividades agrícola, florestal e pecuária em um sistema de produção misto. Práticas de manejo em eucalipto, caracterizadas por espaçamentos iniciais largos, desbastes precoces e pesados e podas altas, revelam-se superiores aos tradicionais, com a produção de madeira de boa qualidade, com bons resultados econômicos. Além disso, permitem a penetração de altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua vez, favorece o desenvolvimento satisfatório de outras espécies, também com valor econômico, associadas. Importância socioeconômica e ambiental O Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente, 530 milhões de hectares de Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de Florestas Plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra. Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das Florestas Plantadas gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de US $ 20 bilhões
para o PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas. As Florestas Plantadas, estão distribuidas estrategicamente, em sua maioria, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Essas florestas plantadas visam a garantia do suprimento de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, serrados, compensados e lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF). Apesar da participação das plantações florestais estar aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia. Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuição especial
Eucalyptus 1. Introdução O Eucalipto é plantado, atualmente, em quase todo o mundo, por se uma planta que possui espécies diversificados em condições de clima e solo. A maioria das espécies plantadas no Brasil apresenta um crescimento rápido, produz grande quantidade de madeira e subprodutos e tem fácil adaptação. Para se ter uma idéia da diversificação das espécies, existem eucaliptos que se adaptam muito bem a regiões de temperaturas de 35ºC e outros que am um frio de até 18ºC abaixo de zero.
Embora se diga que o eucalipto prospera nos mais variados climas e solos, como toda plantação, ele necessita de certos cuidados para sua boa produção e desenvolvimento. O eucalipto é considerado uma cultura recuperadora de solo. Por ter raízes profundas, ele busca, nas camadas inferiores do solo, nutrientes minerais que já estão fora do alcance de raízes superficiais. Por esse motivo, o eucalipto pode controlar a erosão do solo e também ocupar áreas que são impróprias para a agricultura. Além disso, serve de matéria-prima para diversas finalidades como marcenaria, apicultura, papel e celulose etc. Dentre as principais espécies cultivadas recomendamos: - papel e celulose (Eucalyptus grandis, E. saligna, E. urophylla); - mourão de cerca (E. citriodora, E. robusta, E. globulus); - pontalete para construção (E. citriodora, E. robusta, E. globulus); - energético - lenha, carvão (E. grandis, E. urophylla, E. torilliana); - postes (E. citriodora, E. robusta, E. grandis). Apresentamos, neste resumo, algumas instruções técnicas que podem ajudar, a você agricultor, no plantio de eucalipto. 2. Você pode produzir suas mudas 2.1. Prepare a terra Retire terra de barrancos numa profundidade de aproximadamente 50cm e peneire, deixando-a livre de torrões. 2.2. Encha as embalagens Use sacos plásticos com 8cm x l5cm (ou semelhantes), cm 4 ou mais furos na parte inferior. Encha-os uniformemente com a terra peneirada, deixando-a compactada. 2.3. Faça a semeadura - Organize os sacos plásticos, já cheios com terra, em canteiros com 1m de largura, em superfície plana colocando um bem encostado ao outro; - Cerque os canteiros com tábuas, varas, tijolos ou mesmo terra; - Peneire uma camada fina de terra sobre os sacos plásticos, numa peneira de malha fina (fubá); - Dilua 150g de adubo NPK 4-14-8 (ou parecido) em 8 litros d'água e aplique em cada m2 de canteiro; - Peneire novamente uma leve camada de terra, para isolar o adubo da semente; - Efetue a semeadura distribuindo de 3 a 5 sementes em cada saquinho; - Peneire novamente uma leve camada de terra fina. 2.4. Cobertura e irrigação - Peneire uma camada de 0,5cm de palha de arroz, com peneira de malha (feijão), ou cubra com "sombrite 50%" (ou sapé); - Caso a cobertura seja sombrite ou sapé, mantenha uma altura de 10cm do canteiro; - Retire a cobertura quando a muda atingir 2cm de altura; - Após a semeadura, faça duas irrigações abundantes por dia. 2.5. Seleção e repicagem Quando as mudas apodem 3 a 4cm deixe as mais vigorosas e arranque as outras, podendo aproveitá-las cortando suas raízes, deixando no máximo 0,5cm. Plante essas mudas nos sacos plásticos em que não houve germinação. 2.6. Adube após a seleção e repicagem - Utilize a mesma adubação da semeadura logo após a seleção das mudas; - Repita a adubação a cada 15 dias, por mais duas ou três vezes;
- Quando as mudas atingirem l5cm, não adube mais. 2.7. Faça a movimentação das mudas - Quando as mudas atingirem cerca de 15cm, faça a movimentação, colocando as maiores nas laterais do canteiro e as menores no centro; - Pode-se efetuar novas adubações no centro do canteiro, até que as mudas menores alcancem o tamanho das outras. Na dúvida, não coloque mais adubo. 2.8. Selecione e encaixote - Quando a muda atingir de 15 a 30cm diminua a irrigação para "amadurecimento" (ocasião em que a mesma fica avermelhada e pronta para o encaixotamento); - Após o "amadurecimento", selecione as mudas do mesmo tamanho e encaixote-as para serem embarcadas. 3. Plantio do eucalipto - Comece assim 3. 1. Limpe toda a área Você deve fazer a operação de destoca, aproveitando o material existente na lavoura, juntando o resto do mato para fazer o encoivaramento. Quando a vegetação for rasteira e baixa, o ideal é fazer a sua incorporação no solo através de uma gradagem. 3.2. Faça a aração e gradagem Após a limpeza do terreno, inicie os trabalhos de aração e gradagem. Esses trabalhos devem, de preferência ser realizados após as chuvas ou com solo úmido. Isso melhora a profundidade da aração. Se possível, quando necessário, faça a gradagem duas vezes. 3.4. Planeje os caminhos e aceiros Quando você efetuar os trabalhos de limpeza e aração, faça uma programação dos aceiros e carreadores internos. Os aceiros devem ter no mínimo 6m de largura em todo o perímetro da área, facilitando a prevenção e combate a incêndios. Os carreadores internos em áreas inclinadas deverão ser traçados em sentido bem suave, cortando as águas, de modo a não serem prejudiciais pela erosão. Poderão ser traçados com saídas e escoamento de águas ou com elevação de terras no sistema de curvas de nível. 3.5. Fique de "olho" no formigueiro Após a limpeza do terreno, inicie o serviço de combate às formigas saúva, quenquém ou outra. Para você combater a saúva, utilize um formicida granulado. Não é aconselhável que você utilize formicida em dias chuvosos. No combate à formiga quenquém utilize as mini-iscas, ou então, descubra o olheiro e aplique um inseticida adequado. 3.6. Aplique o formicida corretamente e com cuidado Quanto maior o formigueiro, maior a quantidade de formicida que você deve colocar no olheiro. Caso você coloque uma quantidade pequena, as formigas ficam resistentes àquele formicida, começam a retirar do formigueiro os granulados e não carregam mais. Caso isso aconteça, mude de marca de produto e diferencie o atrativo. Para você ficar sabendo se está colocando a quantidade 'correta de formicida, meça rapidamente o formigueiro conforme as instruções abaixo: 1. Meça a terra solta (murundum) em m2; 2. Por exemplo, 2m de largura por 5m de comprimento = 10m2 = área do formigueiro; 3. Para cada 10m2 (área) use 100 gramas de formicida, ou para cada 1m2, 10 gramas; 4. É importante não tocar com as mãos nas iscas. Use luvas ou coloque o produto diretamente da embalagem nos formigueiros.
3.7. O espaçamento é importante À medida em que deixamos maior espaço (área) para cada planta, ela irá provavelmente se desenvolver mais em menor tempo. Quando mantemos o espaçamento muito fechado, corremos riscos de ter um alto índice de árvores dominadas. O espaçamento que recomendamos é de 3m x 2m, perfazendo 6m2 de área por árvore, com 1.666 plantas por hectare. Isso impede que você agricultor escolha o espaçamento que melhor se adapte par a situação de suas terras, lugar ou topografia. Porém, em nenhuma hipótese, o espaçamento deve ser menor do que 2m x 2m. 3.8. Alinhamento O alinhamento poderá ser feito através de cordas, conforme o espaçamento desejado. Marque a corda na distância entre uma cova e outra. Nos terrenos planos, você pode utilizar trator com sulcador, que cruzando as linhas deixará o espaçamento desejado. 3.9. Adube de acordo com o terreno O agricultor pode utilizar a adubação mecânica ou manual de acordo com a inclinação do seu terreno. No caso da adubação mecânica, quando o trator fizer o sulco, pode também efetuar a adubação em conjunto (adubação em sulco). Esse procedimento ajuda nos resultados e diminui os custos. No plantio são usados 100 gramas de NPK 10-30-10 ou uma fórmula semelhante a essa com uma cobertura da mesma fórmula depois de 10 meses a um ano. A adubação manual é utilizada em terrenos inclinados, onde não se consegue mecanização. 3.10. Efeito da adubação na cultura Planta Altura das plantas no 5º mês após o plantio (cm) Sem adubação 49,58 Adubação na cova 110,49 Plantio e adubação no sulco 110,62 3.11. Coveamento em terrenos inclinados A cova deve ser feita com 30cm de largura por 30cm de profundidade e aterrada. Em seguida deve-se colocar o adubo. Você deve efetuar o plantio com as primeiras chuvas, pois nesse caso as covas ficarão com terras soltas (aterradas). Utilize uma enxadinha pequena para abrir e colocar as mudas. Quando o coveamento é aberto e não é aterrado, o sol seca rapidamente a terra a ser colocada na planta estará seca. Nunca plante em covas muito pequenas e principalmente em solos compactados. 3.12. Veja como fazer as covas Quando a cova é de profundidade pequena as raízes encontram impedimento para penetração, que na maioria dos casos se dá devido à compactação de terreno. Nesse caso as raízes se enroscam e em conseqüência teremos uma planta com desenvolvimento lento e provavelmente comprometida.
Quando a cova for mais profunda, a planta encontra condições de desenvolver as raízes e consequentemente consegue um crescimento normal. 3.13. Como fazer a limpeza da área (coroa) - Na coroa pequena, a muda é prejudicada pela competição do mato; - Quando a coroa é feita corretamente a muda tem espaço suficiente par um bom desenvolvimento (60cm de raio). Atenção: quando você agricultor for plantar em áreas de pasto (braquiária), faça uma coroa maior, com 75cm de raio e adube com super fosfato simples l50 g/cova. A cobertura também deve ser feita 60 dias após o plantio, mantendo ainda a coroa sempre limpa. 3.14. Cuidado ao transportar as mudas Quando transportar as mudas do viveiro de produção para o local do armazenamento, você deve ter cuidado especiais: - O caminho deve ser coberto com lona, mesmo que a distância não seja muito longa, pois o vento causado pela velocidade do veiculo queima as folhas das mudas; - As caixas deverão ser colocadas no chão ou no local do armazenamento, devagar, para não abalar as raízes e causar perdas; - Essa operação deverá ser observada e repetida no transporte do local do armazenamento para o campo; Ao distribuir as mudas, nas proximidades das covas, nunca jogue-as de cima e sim utilize meios que possibilitem colocá-las suavemente na cova ou na sua proximidade. 3.15. Guarde as mudas corretamente - Em sacos plásticos: limpe uma área plana onde tenha água nas proximidades. Faça canteiros com 1m de largura e 5 a 10 m de comprimento, para que haja ventilação nas mudas, deixe espaço de 0,5m entre um canteiro e outro, para trânsito na irrigação. Nunca armazene todas as mudas juntas sem espaço, formando um canteiro único, pois dessa forma poderá ocorrer abafamento e consequentemente doenças. Guarde as mudas em lugares abertos, e iluminados. - Em tubetes: o armazenamento ideal das mudas é feito em telas com 1m de largura e comprimento de até 10m, fixas em madeira, na altura de 1m a 1,30m. Os tubetes devem ser distribuídos na tela sempre com espaços para ventilação. No caso de não possuir telas na propriedade, você poderá armazenar as mudas na terra com os seguintes cuidados: 1. Faça canteiros de 80cm de largura e comprimento que não ultrae 10cm; 2. Peneire uma camada de areia ou terra solta, de aproximadamente 10cm de altura e sobre esses canteiros distribua os tubetes espaçados; 3. Irrigue conforme a necessidade. Após a retirada do tubete, a muda tem uma durabilidade de um a dois dias. 3.16. A hora do plantio Se a embalagem da muda que vai ser plantada for de saco plástico, retire-a totalmente e cubra a cova com terra, l a 2cm acima da parte superior do colo da muda. A terra deverá ser comprimida com as mãos ou pés, deixando a muda na posição vertical. Observe sempre se o adubo foi bem misturado à terra. As mudas embaladas em tubetes devem ser conduzidos para o local de plantio, para serem retiradas dos tubetes. Para que isso aconteça, basta um leve toque na parte superior. Você deve ter o cuidado de não levar, junto à cova, terra compactada, para não entortar a muda, pois isso prejudicaria seu desenvolvimento inicial.
O plantio de eucalipto pode ser consorciado com o de milho ou de feijão, desde que não haja mais do que uma única linha de feijão ou de milho ao centro da rua em que foi plantado o eucalipto. Atenção: não plante eucalipto embaixo de linhas com energia elétrica, sem deixar a distância exigida por Lei. 3.17. Use um cupinicida Antes do plantio, observe se na área existe cupim, pois eles cortam as raízes, causando a morte da planta. Nesse caso, aplique uma colher de chá de um cupinicida, bem espalhado no fundo da cova. 3.18. Faça a manutenção da floresta - Combate a Formiga - Deixe sempre uma ou mais pessoas percorrendo a área para combater as formigas cortadeiras. Combata as formigas até 10m longe das divisas. As incidências maiores são próximas a matagais e locais sujos. - Capinas Mecânicas - Nas áreas planas, plantadas com espaçamento de 3m x 2m, você pode efetuar uma gradagem nas entrelinhas e capinas manuais nas linhas. Essa operação fixas mais quantidade de água no solo, beneficiando a planta e, diminuí o custo de manutenção. - Capinas Manuais - Em solos inclinados ou levemente inclinados, onde não se consegue mecanização, efetue a capina manual que poderá ser por coroamento ou trilhamento. - Coroamento - Deverá ser feito um círculo medindo 1m de uma extremidade a outra, ou seja, com 0,5m de raio, sempre mantendo vegetação das entrelinhas roçadas. - Trilhamento - Nunca deve ser feito acompanhando as águas, pois isso ajudaria a erosão do local e lavagem do terreno, levando adubo para as partes baixas e, em alguns casos, destruindo o plantio. Você deve sempre manter o eucalipto limpo até que ele domine sua área. 3.19. Reforme as áreas improdutivas Quando uma plantação de eucalipto, após cortada, não apresenta brotação conveniente para uma produção econômica, você pode reformá-la, isto é, planta-la novamente com eucalipto, sem a necessidade de destoca dos tocos antigos. Após a limpeza, quando não há possibilidade de mecanização, efetue o coveamento conforme orientado anteriormente, seguindo o mesmo alinhamento do plantio anterior. Nos casos de terrenos planos com espaçamento que e mecanização, você pode cortar os tocos bem baixos e utilizar um trator com arado reformador, cobrindo-os com terra, e também efetuar as demais operações de coveamento, adubação e plantio. Mantenha sempre o eucalipto limpo. No início da brotação do antigo plantio, faça a desbrota com foices ou enxadas, não deixando prejudicar o novo plantio. 3.20. Incêndios - melhor prevenir - Mantenha os aceiros de divisa sempre limpos e gradeados; - Fique atento às queimadas dos vizinhos, principalmente na época em que os agricultores efetuarem as queimadas para preparo do solo, o que geralmente ocorre no inverno; - Fique sempre atento, pois não sabemos quando um incêndio se inicia; - Se possível coloque cartazes acertando sobre o perigo de fogo (cartazes educativos). 3.21. Tratamento de mourões Esse treinamento deve ser feito de preferência em um galpão aberto e ventilado. Prepare, primeiro, a solução em um tambor aberto, pintado por dentro com Neutrol. Para preparar a solução, dissolva em 100 litros de água, dois frascos de Osmose MR-Sal ou seis quilos de qualquer um destes preservativos: Osmose K33, Wohnani CCA, CCB e URT.
Em seguida, num outro tambor, também pintado por dentro com Neutrol ou em um tanque de tijolos cimentado, coloque os mourões em pé, na quantidade que couber. Ponha, então, uma quantidade da solução que atinja o nível de 40 a 80cm do tambor ou do tanque. Ao ser colocada no tambor, a solução começa a subir pelos canaizinhos da seiva, que existem dentro da madeira. A seiva vai sendo empurrada para cima. À medida que, a solução vai penetrando no mouro, seu nível vai baixando. E preciso acrescentar mais solução no tambor, refazendo sempre o nível de 40 a 80cm todo dia. Deixe os mourões na solução durante quatro ou cinco dias, até que toda a madeira escureça. Retire, então, os mourões do tambor. Empilhe-os deitados no chão, formando engaiolamento, que permite a ventilação, à sombra. Nesse engaiolamento os mourões secam em trinta a quarenta dias. Após o tratamento e secagem a madeira poderá ser lavada, para retirar o excesso da solução que se encontra na parte de fora. Considerações gerais sobre o plantio O plantio e uma das operações mais importantes para o sucesso da implantação de florestas. A adoção do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e usos potenciais dos produtos e subprodutos que se espera da floresta. O sucesso de um plantio e a obtenção de povoamentos produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por práticas silviculturais como: a escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do método de plantio e tratos culturais. O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos. - O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As plantadoras, normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizados, o plantio propriamente dito e´ manual. - O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em situações onde não e´ viável o uso de maquinas agrícolas. Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em sua maioria , adota o sistema manual em função da rusticidade da espécie, da disponibilidade de mão de obra e em muitas situações pelas condições topográficas. Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente antes do plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio, as operações de manejo, os tratos culturais e a adubação das mudas. Constituem-se operações básicas para a implantação de um maciço florestal o preparo de solo e plantio. Preparo de solo Planejamemto do plantio
No planejamento definem-se as vias de o e o dimensionamento/posicionamento dos talhões, ações que facilitarão as operações de plantio, tratos culturais, operações de proteção, principalmente controle de fogo e as operações de retirada da madeira. Observe-se que o dimensionamento/posicionamento dos talhões assume importância estratégica, pois as operações de exploração (derrubada e retirada da madeira) são responsáveis por mais de 30% do custo da madeira produzida e colocada no pátio da fabrica. Preparo do solo Construções de estradas A construção das vias de o devem considerar a distancia máxima do arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por razoes técnicas e econômicas não devem ultraar os 150 m. Assim, os talhões devem ser dimencionados com no máximo 300 m de largura, com cumprimento variando de 500 a l000 m. A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção da floresta em caso de incêndio, por exemplo, em áreas declivosas, a distância de arraste não deve exceder a 50 m. Preparo do solo Aceiros Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de escoamento da produção. Podem ser internos ( com largura de 4 a 5 m) ou de divisa ( com largura de 15 m). Recomenda-se ainda que a cada 4 ou 5 talhões estabeleça-se aceiros internos de 10 m de largura. É desejável que os aceiros possuam leitos carroçáveis com aproximadamente 60 % da largura. A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas ou suavemente onduladas deve ser de 5% da área útil. Preparo do solo Limpeza A limpeza da área para plantio corresponde às operações de derrubada, remoção e enleiramento da vegetação/resíduos da exploração. Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitável, como por exemplo a lenha ( energia ou carvão) e madeira para serraria, moirões etc, sendo que o
restante do material, considerado como resíduo da exploração, deve permanecer no campo como uma importante reserva de nutrientes. Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da topografia do local (observese os aspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou maquinas pesadas. Dentre eles podemos citar o correntão, indicado para áreas de capoeira e cerradões; laminas frontais empuradeiras ou frontais cortadeiras. As laminas frontais cortadeiras são mais apropriadas pois fazem menor Preparo do solo Preparo do solo propriamente dito As áreas destinadas ao cultivo de essências florestais devem receber cuidados especiais, visto que dela dependerá, em grande parte, o resultado econômico da atividade. O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições adequadas ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições adequadas podemos considerar a redução da competição por ervas daninhas, melhoria das condições físicas do solo ( ausência de compactação) e a presença de resíduos da exploração (folhas e galhos devidamente trabalhados para não prejudicarem as operações que demandam uso de maquinas). Estes resíduos são importantes na manutenção da matéria orgânica no solo e consequentemente na ciclagem e disponibilização de nutrientes às plantas. Aspectos gerais Alguns fatores importantes devem ser definidos antes do plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio e suas características. Espaçamento O espaçamento influenciará as taxas de crescimento, a qualidade da madeira produzida, a idade de corte, os desbastes, as praticas de manejo e consequentemente nos custos de produção. O espaçamento, ou densidade de plantio, é provavelmente uma das principais técnicas de manejo que visa a qualidade e a produtividade da matéria-prima. Deve ser definido em função dos objetivos do plantio, considerando-se que a influência do espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O planejamento da densidade de plantio também deve visar a obtenção do máximo de retorno por área. Se, por um lado, a densidade for muito baixa, as árvores não aproveitarão todos os recursos como água, nutrientes e luz disponíveis e, por conseqüência, haverá menor produção por unidade de área; mas por outro lado, se a densidade de plantio for muito elevada, tais recursos não serão suficientes para atender a
demanda do povoamento, o que também repercutirá no decréscimo de volume e na própria qualidade das árvores. Normalmente os plantios são executados com espaçamentos variando entre 3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os tratos culturais mecânicos. Empresas integradas destinam a madeira dos primeiros desbastes para energia ou celulose, e as árvores remanescentes do povoamento, com porte mais expressivo, são utilizadas para a fabricação de serrados ou para a laminação. Características do espaçamento Espaçamentos maiores (densidade baixa) produção em volume individual, menor custo de implantação, maior número de tratos culturais, maior conicidade de fuste e desbastes tardios. Espaçamentos menores (densidade alta), maior produção em volume por hectare, rápido fechamento do dossel, menor número de tratos culturais, menor conicidade do fuste e exigem desbastes precoces. Quanto à forma dos espaçamentos, os quadrados ou retangulares são os mais indicados e praticados, podendo ser bastante apertados para produção de madeira para fins energéticos, ou mais amplos, quando se deseja matéria-prima para fins de fabricação de papel e celulose ou serraria e laminados. Importância da nutrição mineral Embora o eucalipto tenha rápido crescimento, este é muito variável. Os principais fatores que interferem no crescimento estão relacionados com o material genético utilizado e com as condições de solo onde é plantado. Geralmente, são utilizados os solos de baixa fertilidade natural, sendo necessária sua correção com a aplicação de fertilizantes. Espécies de eucaliptos Avaliações nutricionais em plantios de Eucalyptus spp são importantes para recomendações de uso de fertilizantes minerais, pois propiciam melhor aproveitamento dos nutrientes, resultando em aumento da produtividade florestal. A amostragem correta das árvores é fundamental, para o sucesso dos estudos nutricionais. O Brasil em termos climáticos para o cultivo do eucalipto possui duas regiões: tropical e subtropical. A região sudeste, predominantemente tropical e não sujeita a geadas de forte intensidade, concentra a maior área de plantio. Esse é primeiro parâmetro que delimita o uso das espécies de eucalipto para plantio. O outro é a finalidade do uso da matéria-prima do eucalipto. Para atender demandas regionais, a Embrapa em parceria com empresas privadas e instituições públicas avalia desde 1985, 12 importantes espécies em 172 experimentos localizados em nove estados. Esses estudos, ao lado do aperfeiçoamento das técnicas silviculturais, vem propiciando, nas últimas décadas, a expansão da produção pelo aumento da área plantada e pela melhoria na produtividade. Cerca de 3 milhões de
hectares já são plantados com Eucaliptos, e em alguns casos, o rendimento se aproxima dos 50 m3 de madeira por hectare/ano. As espécies indicadas para a região subtropical são E. benthamii (comprovadamente resistente à geada) e E. dunnii (resistência parcial a geadas) Para áreas situadas em regiões acima do paralelo 24º Sul, de clima predominantemente tropical, as mais indicadas são E. grandis, E. urophylla, E. saligna, e E. cloeziana para plantios com mudas formadas a partir de sementes de pomares e áreas de produção de sementes. Plantios de sementes híbridas das espécies, E. grandis e E. urophylla, podem ser realizados nas regiões tropicais, independente de testes locais. Para plantios de mudas, formadas por clonagem, são recomendados testes de comportamento do crescimento, e definição do uso da matéria prima. Localização da propriedade agrícola Uso da madeira Eucalipto indicado Comportamento da espécie Em regiões sujeitas a geadas severas e freqüentes Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal) e serraria E. dunnii Apresenta rápido crescimento e boa forma das árvores Apresenta dificuldades na produção de sementes Em regiões sujeitas a geadas severas e freqüentes Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal) E. benthamii Boa forma do fuste, intensa rebrota, fácil produção de sementes. Requer volume alto de precipitação pluviométrica anual Em regiões livres de geadas severas Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal), celulose de fibra curta, construções civis e serraria E. grandis Maior crescimento e rendimento volumétrico das espécies. Aumenta a qualidade da madeira com a duração do ciclo Em regiões livres de geadas severas Uso geral E. urophylla Crescimento menor que E. grandis, boa regeneração por brotação das cepas Em regiões livres de geadas severas Fins energéticos laminação, móveis, estruturas, caixotaria, postes, escoras, mourões, celulose E. saligna Madeira mais densa quando comparada ao E .grandis ;menos suscetível à deficiência de Boro. Em regiões livres de geadas severas Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, mourões estruturas, construções E. camaldulensis Árvores mais tortuosas recomendado para regiões de déficit hídrico anual elevado.
Em regiões livres de geadas severas Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, mourões estruturas, construções E. tereticornis Tolerante à deficiências hídricas, boa regeneração por brotação das cepas Em regiões livres de geadas severas Serraria, laminação, marcenaria, dormentes, postes, mourões E. maculata Apresenta crescimento lento inicial. Indicada para regiões de elevado déficit hídrico Em regiões livres de geadas severas Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal), construções civis e uso rural e agrosilvopastoris E. cloeziana Excelente forma do fuste, durabilidade natural, alta resistência a insetos e fungos
Produção de mudas A implantação da floresta depende, dentre outros fatores, da utilização de mudas saudáveis, com bom diâmetro de colo, raízes bem formadas, relação parte aérea / sistema radicular adequada, e nutridas adequadamente. Isto garantirá melhor índice de sobrevivência no plantio, maior resistência a estresses ambientais e maior crescimento inicial, influenciando diretamente na qualidade final da floresta. As técnicas a serem adotadas para a produção das mudas devem atender às necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade e localização de área, grau de tecnologia e dos recursos financeiros disponíveis. Existem vários fatores que determinam o método de produção a ser utilizado. Dentre eles, podem se destacar: Sementes Deve-se escolher sementes de boa procedência, exigindo-se os atestados de fitossanidade e, os resultados analíticos do grau de pureza e germinação. Estes cuidados devem-se ao fato que o uso de sementes de boa qualidade favorecerá a obtenção de floresta produtivas. Existem diversos fornecedores que comercializam sementes de boa qualidade, variando a tecnologia de produção e o grau de melhoramento das árvores produtoras de sementes. Os graus de melhoramento genético itidos para sementes florestais se subdividem em: Área de Coleta de Sementes (ACS) ACS é um povoamento comercial considerado de boa qualidade, onde algumas árvores de melhor qualidade aparente (melhor fenótipo) são selecionadas para a coleta de sementes. Como essas árvores matrizes não são selecionadas com base no seu valor
genético e, ainda, são polinizadas por qualquer árvore em sua volta, o valor genético das suas sementes é limitado. Portanto, o viveirista deverá planejar a operação de produção de mudas, considerando que um grande número de delas deverá ser descartado no processo, devido à grande freqüência de plantas de baixo vigor, má formação e com outros defeitos. A vantagem dessa categoria de semente é o baixo custo e a segurança de maior adaptabilidade ao local de produção. Área de Produção de Sementes (APS) APS é um povoamento isolado de outros da mesma ou de espécies afins, de excelente desempenho quanto à produtividade e à qualidade das árvores, que é submetido a desbastes seletivos, em várias etapas, deixando somente as melhores árvores. Nesse processo, abre-se um amplo espaçamento entre as árvores, proporcionando condições para que as remanescentes desenvolvam suas copas e produzam grandes quantidades de semente. As sementes produzidas na APS são de qualidade genética melhor do que da ACS porque são produzidas por árvores selecionadas, polinizadas por outras, também, selecionadas na mesma intensidade. Mesmo assim, o grau de melhoramento obtido ainda é modesto, visto que a intensidade de seleção que se pode aplicar é limitada pela quantidade de árvores existente no povoamento e a quantidade que precisa ser deixada para produção de sementes. A grande vantagem da APS é a combinação do melhoramento genético na produtividade e qualidade com o melhoramento na adaptabilidade ao local, já que ambos os genitores estão entre os de melhor adaptabilidade na população. Sementes coletadas de uma APS poderão ser usadas na formação de povoamentos destinados à formação de APSs de gerações sucessivas de seleções massais, gerando sementes de melhor qualidade genética a cada geração no processo. Assim, é importante que se conheça o histórico da APS de onde se originou a semente. Pomar de Sementes (PS) O pomar de sementes é o povoamento constituído de matrizes com alto grau seleção genética, manejado e destinado a produzir sementes melhoradas. Normalmente, ele é composto de clones de um número reduzido de árvores de alto valor genético, ou de mudas produzidas com suas sementes. As árvores matrizes componentes do pomar são selecionadas para algumas características específicas como alta produtividade em alguma região específica, rápido crescimento, densidade da madeira, tolerância a fatores adversos do ambiente etc. Portanto, o tipo de cada pomar precisa ser especificado quanto às características de seleção a que seus componentes foram submetidos. A qualidade genética das sementes produzidas no pomar é da melhor possível, originando mudas com maior vigor e homogeneidade e pequeno número de descartes. Com esse tipo de semente, aumenta-se a eficiência do viveiro, bem como a produtividade da floresta formada com essas mudas. Substratos A definição do substrato a ser utilizado num viveiro florestal, depende da análise de uma série de fatores, dentre eles destacando-se: a) Espécie a ser semeada,
b) Disponibilidade próxima do local do viveiro de matérias-primas para composição do substrato, caso a decisão seja a produção própria do produto. c) Sistema de irrigação utilizado nas diferentes etapas da produção da muda (semeadura, crescimento e rustificação) d) Tipo de embalagem utilizada e) Relação custo/benefício Atualmente, o uso do solo puro como substrato para viveiros hoje, não tem sido muito utilizado por diversas razões, podendo-se destacar entre elas, o problema ambiental criado com a retirada do solo, principalmente em grandes quantidades, e a dificuldade de manuseio do mesmo no viveiro, pois solo é pesado para manuseio, se for de superfície, pode carregar sementes de plantas invasoras e esporos de patógenos, e é impróprio para a utilização em recipientes como os tubetes plásticos. Existem vários componentes que podem ser utilizados para a produção de substratos, classificados como inertes: vermiculita (nome comercial de produto a base de mica expandida), casca de arroz carbonizada, moinha de carvão vegetal e, orgânicos: turfa, bagaço de cana decomposto, fibra de coco, estercos de bovino, aves e suínos, cascas de pínus ou eucaliptos, compostos derivados de resíduos orgânicos, etc. Cada um destes componentes, apresenta suas peculiaridades com relação a teor de nutrientes (macros e micros) e a disponibilização dos mesmos às mudas, condutividade elétrica, capacidade de retenção e disponibilização de água, compactação sob irrigação, granulometria e porosidade, etc. A produção de substratos normalmente envolve conhecimentos específicos sobre as características físico-químicas de seus componentes, a maneira pela qual interagem quando misturados, e suas implicações na produção das mudas, variam em função da espécie e tipo de produção (sementes/estaquia), do sistema de irrigação disponível no viveiro, e da disponibilidade local dos componentes a serem utilizados. É desejável que o substrato possua características como: Porosidade: é determinada pelo grau de agregação e estruturação das partículas que compõem o substrato, devendo apresentar um bom equilíbrio entre os microporos que retém água, e os macroporos que retém ar. Esse equilíbrio é que determinará a capacidade de drenagem do substrato. Retenção de umidade: de grande importância para se determinar o regime de irrigação, a retenção de umidade é determinada pelo teor e quantidade e qualidade dos componentes do substrato, principalmente a matéria orgânica e alguns tipos de material inerte, como a vermiculita. Alguns materiais como a fibra de coco, retém grande quantidade de água , o que pode reduzir substancialmente a necessidade de irrigações ao longo do dia, principalmente no inverno. Granulometria: é recomendável que os componentes do substrato apresentem densidade semelhantes, para evitar fracionamento das partes, principalmente no momento do enchimento das recipientes, quando se utiliza mesa vibradora. Componentes muito
finos, também podem interferir na capacidade de drenagem do substrato, o que é prejudicial para a formação das mudas. pH: A acidez de um substrato é medida ao final da mistura de componentes, devendo variar entre 6 a 6,5 (medido em H2O). Valores abaixo ou acima desta faixa trazem problemas à formação das mudas devido a indisponibilidade de alguns nutrientes e fitotoxidez. O ajuste do pH do substrato (acidificação ou calagem) nem sempre fornece bons resultados, por isso, a escolha de componentes da mistura que variem o pH dentro da faixa recomendada, e a mistura resultante mantém-se dentro da faixa de tolerância, com um bom poder tampão, facilita o manejo deste parâmetro. Características químicas desejáveis: pH em H2O = 6,0 a 6,5 Fósforo = 300 a 600 g/cm3 Potássio (níveis de (K/T x 100) = 5 a 8% Cálcio + Magnésio (níveis de Ca + Mg/T x 100) = 85 a 95% Obs.: T = capacidade de troca catiônica Recipientes A escolha do recipiente determina todo o manejo do viveiro, o tipo de sistema de irrigação a ser utilizado e sua capacidade de produção anual. Dentre os tipos de recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas de pínus, podem-se citar: a) Sacos plásticos: ainda hoje utilizados, porém seu uso vem diminuindo gradualmente, devido a grande quantidade de substrato ou solo necessário ao seu enchimento, peso final da muda pronta, área ocupada no viveiro, diminuindo a produção/m2, maior necessidade de mão-de-obra em relação à outros tipos de recipientes e, dificuldades de transporte, além de gerar grande quantidade de resíduos no ato do plantio devido ao seu descarte. Tem como vantagem o baixo custo, a possibilidade de utilização de sistemas de irrigação simples, e a possibilidade de obter mudas de maior tamanho, valorizadas para ornamentação, dependendo da espécie semeada. b) Laminado de pínus: com características semelhantes às dos sacos plásticos, este tipo de embalagem apresenta como vantagem, a possibilidade de utilização de toretes de madeira, refugo de grandes laminadoras, que ainda podem ser desdobrado em lâminas por pequenos tornos, a custo bastante reduzido. As suas desvantagens são as mesmas dos sacos plásticos, e requer mão-de-obra para a sua confecção. Necessita de um bom controle do tempo de formação das mudas, para que não se degrade antes do período de plantio devido ao ataque de fungos decompositores de madeira e, requer cuidados no transporte, visto que, por não ter fundo, pode desagregar e perder o substrato, expondo as raízes e causando o seu ressecamento, o que compromete a sobrevivência das mudas no campo. c) Tubetes plásticos: utilizados na capacidade de 50 cm3 e acondicionados em bandejas próprias, são as recipientes que melhor aceitação tem no mercado atualmente. Apresenta como vantagens o uso racional da área do viveiro, permitindo o acondicionamento de um número grande de mudas, a possibilidade de automatização do sistema de produção de mudas, desde o enchimento das recipientes, até a semeadura e expedição das bandejas para a área de germinação. Os tubetes também possibilitam a sua reutilização,
que pode chegar a 5 anos, dependendo da qualidade do plástico utilizado na sua confecção e do armazenamento adequado à sombra. O uso de tubetes requer um cronograma rígido de produção e expedição de mudas para o campo. A manutenção das mudas por um período muito além do período de rustificação pode causar problemas de enovelamento de raízes e deficiências nutricionais, o que se traduz em menor sobrevivência das mudas no campo no plantio, ou mortes posteriores, por problemas de má capacidade de absorção de água da planta ou tombamentos pelo vento das árvores devido à má distribuição das raízes no solo em função do enovelamento acontecido na fase de viveiro (fotos 1 e 2).
O modelo típico de sistema de produção apresentado envolve o cultivo do eucaliptos em áreas dobradas e de cerrados o que determina coeficientes técnicos para dois diferentes sistemas de produção. No primeiro, prevalecem as áreas dobradas, mais dependentes no uso de mão-de-obra, enquanto que no segundo, nas áreas de cerrados, o sistema de produção se desenvolve mais com o uso da mecanização. Observa-se que a produção em áreas de cerrados permite um maior número de plantas por hectare. Entretanto, na produção final, os retornos financeiros, tanto no cerrados quanto nas áreas dobradas os benefícios econômicos são muito próximos. Durante o levantamento das informações, optou-se por não colocar os custos de istração. Considerando-se os valores de 2% à 3%, observa-se que as atividades tem retorno muito pequeno na produção de Eucalipto. Provavelmente, as empresas que utilizam máquinas e equipamentos próprios, bem como terra de baixo custo de oportunidade, fato que fazem com que os custos sejam menores.
Quanto custa - O custo muda em função de muitas variáveis como o tipo de solo, declividade do terreno, vegetação atual que cobre o solo, tamanho da propriedade, se mecanizada ou não, densidade populacional e principalmente quanto ao profissionalismo ou não do investidor que terá uma Taxa Interna de Retorno (TIR) financeiro proporcional ao investimento. A base do sucesso do empreendimento começa com a aquisição de mudas com boa procedência e alto potencial genético. Aliado a isso tem que haver bom preparo de solo, manutenções (roçadas, coroamento, combate a formigas, adubações, desgalha, desbaste, e outras) em hora certa. Por fim, o manejo florestal deve estar adequado ao almejado no
inicio do projeto que visualizará o melhor mercado para seus produtos. De acordo com a Ecoplant, de uma forma geral, o custo do plantio e manutenção da área custa de vai de R$ 2.500 a R$ 4.500 por hectare. Depois de cinco anos, no primeiro corte da árvore de eucalipto, o produtor recebe em média, R$ 15 mil. Quem planta – Todos podem plantar pinus e eucalipto, desde que não precise de retorno financeiro imediato. Para Generci Neves, fábricas de papel e celulose, carvoarias, siderúrgicas, cerâmicas, secadoras de grãos, madeireiras e outras muitas indústrias, além do produtor rural e outros investidores como os profissionais liberais são os grandes interessados no filão de mercado. “É uma poupança com alta rentabilidade, segurança e boa liquidez”, afirma. Para quem vai plantar, é importante saber qual é a finalidade do consumo final da espécie a ser plantada tanto do pinus como do eucalipto. Só assim haverá a rentabilidade e a liquidez esperadas. Há muitas finalidades e muitas variedades das espécies como por exemplo, pinus especiais para alta produção de toras e resina e eucalipto. Uns são para celulose e lenha e outros, com maior dureza, para fins de madeiramentos. Há ainda espécies de eucalipto direcionado ao apicultor, por ter maior precocidade e intensidade de floração. Quem compra – O grande negócio da floresta está voltado para várias serrarias instaladas na região. Elas mantêm um equilíbrio quanto ao consumo da parte mais nobre da árvore e que mais agrega valor ao empreendimento, ou seja, o manejo florestal objetivando a produção de toras. Esse, segundo Generci, é um seguimento que realmente remunera o produtor, além de aquecer o comércio local deixando renda na região e fixando o trabalhador local. “Essa não é uma atividade sazonal como a canavieira, salvo situações adversas como a baixa taxa cambial que avassala o setor produtivo”, diz Generci. Para consumo das madeiras mais finas e tortas existem as indústrias de papel e celulose, que são grandes consumidoras e estão instaladas em Nova Campina, Sengés, Jaguariaíva e Angatuba. Há também vários secadores de grãos, além de cerâmicas na região de Tatuí. Recomendação de adubação mineral Não existem recomendações de adubação baseadas apenas nas análises de solo, e especificas para as diferentes espécies florestais plantadas nos diferentes tipos de solo. De maneira geral, pode-se recomendar a seguinte adubação: Interpretação dos teores de P e K no solo, com base nos resultados da análise química. Teores no soloInterpretação Baixo Médio Alto P (mg/dm³) menor ou igual a 3,0 maior que 3 e menor que 7 maior ou igual a 7 K (mmol(+)/dm³) menor ou igual a 0,5 maior que 0,5 e menor que 1,5 maior ou igual a 1,5 Recomendação de adubação com fertilizante mineral para eucaliptos, com base nos teores de P e K do solo. Interp. Interp. N P205 K20 Fórmula kg/ha g/pl
P K B B 30 120 60 B M/A 30 120 45 M B 30 90 60 M M/A 30 90 45 A B 30 60 60 A M/A 30 60 30 B= baixo; M= médio; A=alta
08-32-16 10-30-10 08-30-20 08-28-16 08-28-16 10-20-10
375 400 300 320 220 300
220 240 180 190 130 180
As quantidades de adubos sugeridas são com base em um plantio no espaçamento 3m x 2m, o que representa uma população de 1666 árvores/ha. Adubação de plantio A regra é colocar o adubo o mais perto possível da muda. O adubo pode ser aplicado na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o adubo deve ser colocado no fundo da cova antes do plantio, bem misturado com a terra para evitar danos à raiz das mudas No segundo caso o adubo é distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador, ou outro implemento agricola. Adubação de cobertura Embora não seja uma prática comum a adubação de cobertura é indicada, pois ela complementa a adubação de plantio. No caso de não se fazer a adubação de cobertura, a quantidade recomendada para plantio e cobertura devem ser aplicadas no ato do plantio . A adubação de cobertura é feita aproximadamente 3 meses após o plantio. O adubo é distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Após aplicação é recomendado cobri-lo com terra. Adubação de manutenção Tem como objetivo fornecer K, Ca e Mg para as plantas. Deve ser aplicada quando as plantas tiverem de 2,5 a 3,0 anos de idade. Nos caso de solo muito ácido ou baixos teores de Ca e Mg, é recomendando aplicar juntamente com o potássio, o calcário dolomitico na quantidade de 2,0 toneladas por hectare. A aplicação é feita distribuindo o adubo e o Calcário entre as linhas de plantio. Após aplicação deve fazer uma incorporação superficial, isto é, a aproximadamente 5,0 cm de profundidade. Manejo integrado de pragas em florestas As populações de insetos são reguladas por forças físicas, nutricionais e biológicas. Em condições normais, estas forças contrabalançam a enorme capacidade reprodutiva dos insetos, que poderiam alcançar populações assustadoras, caso estas forças fossem retiradas. Na floresta os insetos benéficos estão principalmente em dois grandes grupos: Predadores, que se alimentam externamente e devoram suas presas (Tompson, 1943) e
parasitóides que vivem sobre o hospedeiro ou dentro dele e, gradualmente o consome. As diferenças entre parasitóides e predadores não são rígidas. Os parasitóides usualmente são capazes de alimentar se e completar seu ciclo de vida em um único hospedeiro, enquanto o predador alimenta-se de vários indivíduos, movendo-se livremente para procurar outras presas. A maioria dos parasitóides pertence às ordens Hymenoptera e Diptera. Alguns parasitóides atacam diferentes hospedeiros e outros são limitados a alguns poucos, ou apenas um hospedeiro. Por outro lado, uma única espécie pode servir de hospedeiro para diferentes espécies de parasitóides. Os parasitóides também não estão livres de inimigos naturais, eles podem ser atacados por outros parasitóides (hiperparasitismo) (Furnis & Carolin,1977). A manipulação das forças biológicas se constitui numa das ferramentas mais poderosas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), na agricultura ou na floresta e que envolve um grande número de técnicas. No que se refere aos aspectos biológicos do MIP estas técnicas podem ser sintetizadas em três linhas: o uso de técnicas culturais, o controle biológico e o uso de plantas resistentes. Os estudos de resistência de plantas se aproximaram do MIP em 1950, focado nas estratégias de defesas da planta e seus efeitos nos insetos herbívoros e em menor extensão, nos efeitos dos insetos na planta. Mais recentemente, estes estudos incluíram as interações entre plantas e o terceiro nível trófico, observando a interação tritrófica da perspectiva de cada componente. (Vinson, 1999). As técnicas culturais compreendem o manejo da cultura, englobando todas práticas que a beneficiam e, de maneira indireta influencia na dinâmica populacional dos insetos, tais como capina, roçagem, desbastes, adubação, etc... Os insetos destrutivos fazem parte dos ecossistemas florestais e tem impacto significativo na produtividade e outros valores da floresta, no entanto estes impactos adversos podem ser evitados ou mantidos abaixo dos níveis de dano econômico, através de medidas ecológicas, compatíveis com o manejo florestal (Waters & Stark, 1980) e integradas às outras atividades que conduzem a floresta ao seu objetivo final, seja ele a produção de madeira, celulose, papel, paisagístico ou ambiental. Controle biológico é um fenômeno natural que regula o número de plantas e animais com a utilização de inimigos naturais (agentes de mortalidade biótica) mantendo as populações (excluindo o homem possivelmente) em estado de equilíbrio com o ambiente (Bosch, et al. 1973), flutuando dentro de certos limites (Berti Filho, 1990). Uma vez que os insetos perfazem um total de 80% (talvez 1-1.5 milhões de espécie) de todos os animais terrestres, a inibição parcial de controle biológico natural geraria conseqüências inimagináveis. O homem poderia não sobreviver à intensa competição com comida e fibra e ele enfrentaria problemas relacionados à saúde devido a doenças transmitidas por insetos. Nestes termos, o controle biológico, então, é de grande importância para nós e, provavelmente crítico a nossa sobrevivência. (Bosch, et al. 1973). Controle biológico é um fenômeno natural que, quando aplicado adequadamente o um problema de praga, pode prover uma solução relativamente permanente, harmoniosa, e econômica. Mas por ser o controle biológico uma manifestação da associação natural de tipos diferentes de organismos vivos, i.e., parasitóides e patógenos com os hospedeiros e, predadores com as presas, o fenômeno é dinâmico, sujeito às perturbações por fatores outros como, as mudanças no ambiente, processos adaptativos e, limitações dos
organismos envolvidos em cada caso (Huffaker & Mensageiro, 1964 apud. Bosch, et al. 1973). Quando se discute o manejo de pragas é necessário lembrar que existe mais de um milhão de espécies de insetos, mas apenas um pequeno percentual é considerado praga. Embora a maior parte do trabalho dos entomologistas concentra-se em matar estas pragas (Pyle et al., 1981), é indiscutível o papel benéfico de muitos insetos para o homem. O fato dos insetos estarem associados com algo maléfico (pragas e vetores) para a maioria da sociedade, torna difícil conscientizar a população sobre a necessidade de conservá-los. Dentre as razões citadas por pragas Pyle et al., (1981), do porquê conservar populações de insetos, estão os valores intelectuais, ecológicos e econômicos. Do ponto de vista econômico, os insetos estão quase sempre associados a prejuízos. No entanto, não está bem claro para a povo as possibilidades de lucros oriundos dos insetos, que podem ser uma enorme fonte de lucros, basta lembrar as abelhas e o bicho da seda, que mobilizam criadores, indústria e comércio em todo mundo. Um mercado recente, que tem mobilizado um grande número de pessoas é a produção e comercialização de parasitóides e predadores para uso na agricultura e florestas. O controle biológico no Brasil O controle biológico clássico no Brasil iniciou em 1921, com a importação de Prospaltella berlesi (Aphelinidae) dos Estados Unidos para o controle de Pseudaulacaspis pentagona no pessegueiro. Em 1929, foi introduzido da Uganda o parasitóide Prorops nasuta para controlar a broca do café (Hypothenemus hampei), dentro de um programa que continuou por vários anos, com a criação e distribuição deste parasitóide (denominada de vespa da Uganda), por mais de duas mil propriedades até 1939. Após esta data outros inimigos naturais foram introduzidos para o controle desta broca, como o braconideo Heterospilus coffeicola (Gonçalves, 1990) e vários outros para o controle de diversas pragas nas culturas da macieira, café, cana de açúcar, citrus, cacau e outras. (Berti Filho, 1990). Os sucessos alcançados nos primeiros programas incentivaram vários pesquisadores e instituições a investirem no controle biológico sendo publicados mais de 1400 trabalhos nas últimas duas décadas na área de entomopatógenos (Alves, 1998), com ênfase aos bioinseticidas virais e bacterianos. Na área florestal vários projetos com ênfase no controle biológico podem ser referenciados, tais como: 1. O uso de Trichogramma sp. (Hymenoptera Trichogrammtidae) no controle de lagartas desfolhadoras de Eucalyptus spp., coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG (Berti Filho, 1990) que em 1982 liberou 168.000 indivíduos de Trichogramma soaresi na tentativa de controlar um foco de Blera varana Schaus em Eucalyptus cloeziana F. Muell. em Minas Gerais (Zanúncio, et al. 1993). 2. Programa de controle de lagartas desfolhadoras do eucalipto com uso de predadores, como Podisus nigrolimbatus Spínola (Hemiptera: Pentatomidae) e P. connexivus Bergroth, coordenado pela Universidade Federal de Viçosa -UFV, em convênio com diversas empresas florestais em Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Espirito Santo. (Zanúncio, et al. 1993).
3. O controle da vespa da Madeira Sirex noctilio Fabricius com a introdução do nematóide Deladenus siricidicola Bedding seu principal inimigo natural e posteriormente os parasitóides Megarhyssa nortoni (Cresson) e Rhyssa persuasoria (L.). O parasitóide Ibalia leucospoides Hochenwald foi introduzido naturalmente junto com a praga (Iede & Penteado, 2000). A vespa da madeira foi observada, no Brasil, pela primeira vez em 1988 (Iede & Penteado, 1988) e no ano seguinte iniciou o programa de controle, coordenado pela Embrapa Florestas, no Paraná, em cooperação com diversas empresas florestais que plantam Pinus sp. no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além destes, muitos trabalhos individuais ou em grupos têm apresentado alternativas ao controle de pragas florestais, com a identificação de inimigos naturais, testes de eficiência para predadores, parasitóides e microorganismos, principalmente vírus e bactérias. Dentro do controle biológico de formigas cortadeiras, principal praga florestal no Brasil, podem ser citados os trabalhos de Alves & Sosa Gomez, 1983; Anjos, et al. 1993; Della Lucia, et. al., 1993; Silva & Diehl-Fleig, 1995 e Specht, et al., 1994 Insetos parasitóides No controle de pragas do eucalipto uma das linhas de pesquisa atuais tem sido o uso de parasitóides. Principais espécies de hemipteros predadores utilizados em florestas Podisus connexivus Bergroth, 1891 Podisus nigrolimbatus Spínola, 1852 Podisus sculptus Distant, 1889 Supputius cincticeps Stal, 1860 Alcaeorrhynchus grandis Reduviídeos Montina confusa Pragas O eucalipto foi introduzido no Brasil na década de 40 se adaptando as diferentes regiões do Brasil. Sua proximidade taxonômica com diversas espécies brasileiras favoreceu a adaptação de muitos insetos, logo após o início dos plantios. Os extensos plantios homogêneos e contínuos, distribuídos por todo o Brasil forneceram grande quantidade de alimentos a estes insetos.Aliada a disponibilidade de alimento a baixa diversidade interferiu no equilíbrio ecológico destes insetos possibilitando seu aumento populacional descontrolado, tornando-os pragas. A ocorrência de pragas em eucalipto no Brasil foi registrada logo depois de sua introdução. Silva (1949) observou a ocorrência de Sarcina violascens (Lep. Limantriidae) atacando Eucalyptus tereticornis no Rio de Janeiro. Nas décadas de 1970 e 80, vários autores observaram lagartas desfolhadoras em eucalipto em São Paulo Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras, conhecidas desde o século XVI e, já relatadas pelo Jesuíta José de Anchieta em 1560 (Mariconi, 1970), são consideradas até hoje como o principal problema entomológico das florestas brasileiras. No Brasil estes insetos são chamados de saúvas ou quenquéns. A primeira pertence ao gênero Atta com 10 espécies e 3 subespécies e a segunda aos gêneros Acromyrmex, com 20 espécies e nove subespécies (Della Lucia et. al., 1993, cap. 3), e menos importante, os gêneros Sericomyrmex (9 espécies), Trachymyrmex (12 espécies) e Mycocepurus (3 espécies) (Anjos et. al., 1998). Segundo Anjos, 1998 há estudos indicando que cerca de 75% dos custos e tempo gastos no manejo integrado de pragas em florestas plantadas, ou 30% dos gastos totais até o terceiro ciclo eram destinados ao manejo integrado de formigas. O desfolhamento causado por formigas pode reduzir a produção de madeira no ano seguinte em um terço e, se isto ocorrer no primeiro ano de plantio, a perda total do ciclo pode chegar a 13% da colheita. Em ecossistemas tropicais as formigas consomem em média 15% da produção florestal. Para o controle de formigas são utilizados principalmente produtos químicos na forma de iscas. No entanto o manejo adequado dos plantios juntamente com o monitoramento é fundamental para o sucesso deste controle. Formigas Saúvas Saúvas são formigas cortadeiras do gênero Atta. Diferem-se das quenquéns por serem maiores e possuirem apenas três pares de espinhos no dorso do tórax. Ocorrem somente na América, sendo sua dispersao do sul dos EUA até a Argentina. Seus ninhos são denominados sauveiros e são facilmente reconhecidos pelo monte de terra solta na superfície (Gallo et. al. 2002). A seguir serão listadas as espécies de saúvas e sua distribuição no território Nacional de acordo com Della Lucia et. al., (1993). Atta bisphaerica Forel, 1908 - "Saúva-mata-pasto" - SP, MG, RJ, Norte e Sul do Mato Grosso. Atta capiguara Gonçalves, 1944 - "Saúva-parda" - SP, MT e MG. Atta cephalotes (L., 1758)- "Saúva-da-mata" - AM, RO, RR, PA, AP, MA, PE (Recife e arredores) e Sul da BA. Provavelmente, ocorre no AC e Norte do MT. Atta goiana Gonçalves, 1942 - "Saúva" - GO e MT. Atta laevigata (F. Smith, 1858)- "Saúva-de-vidro" - SP, AM, RR, PA, MA, CE, PE, AL, BA, MG, RJ, MT, GO e Norte do PR. Provavelmente, ocorre em RO, PI e SE. Atta opaciceps Borgmeier, 1939 - "Saúva-do-sertão-do-nordeste" -PI, CE, RN, PB, PE, SE e Nordeste da BA. Provavelmente ocorre em AL. Atta robusta Borgmeier, 1939 - "Saúva-preta" - RJ. Atta sexdens piriventris Santschi, 1919 - "Saúva- limão -sulina" - SP, Sul do PR, SC e RS Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908- "Saúva-limão" - SP, MG (Sul e centro), ES, RJ, Sul do MT, Sul de GO e Norte e Oeste do PR. Atta sexdens sexdens (L., 1758)- "Formiga-da-mandioca" - AM, AC, RO, RR., PA, AP, Norte do MT, Norte de GO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e Norte de MG. Atta silvai Gonçalves, 1982- "Saúva" - Sul da BA. Atta vollenweideri Forel, 1939 - "Saúva" - RS e MT. Em Minas Gerais, as espécies mais frequentes e abundantes são: A. sexdens rubropilosa, A. laevigata e A. bisphaerica.
Formigas quenquéns São formigas cortadeiras, principalmente do genero Acromyrmex. Os formigueiros deste gênero são pequenos e geralmente de poucos compartimentos (as). As operárias variam muito de tamanho, mas geralmente são bem menores que as saúvas. A ocorrência destas formigas vai desde a Califórnia (EUA) até a Patagônia, encontrando-se espécies deste gênero na América Central, Cuba, Trinidad e América do Sul, exceto no Chile As únicas espécies que não são da Região Neotropical são Acromyrmex versicolor versicolor (Pergande) e A. versicolor chisosensis (Wheeler). Comumente, encontram-se variações individuais na proporção dos espinhos do tronco e da cabeça em espécimens pertencentes à mesma colônia. A caracterização taxonômica realizada com base na proporção forma dos espinhos do tronco, o tipo de esculturação tegumentar e disposição dos tubérculos no gáster (GONÇALVES, 1961) são sinais facilmente visualizados nas operárias máximas. Com as modificações nomenclaturais no subgénero Moellerius feitas por FOWLER (1988) e as duas formas neárticas, além da descrição de Acro,nyrmexdiasi (GONÇALVES, 1983), o gênero conta atualmente com 63 espécies nominais. Dessas, 20 espécies e nove subespécies foram constatadas no Brasil. No Estado de São Paulo, dados sobre a atualização da distribuição geográfica do gênero apontam 11 espécies seis subespécies (ANDRADE e PORTI, 1993)
1. Acromyrmex ambiguus Emry, 1887- ?Quenquém-preto-brilhante?- SP, BA e RS. 2. Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858)- ?Quenquém-rajada? - MG, SP, BA, ES, RJ, MT, PR, SC e RS. 3. Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804) - ?Quenquém-de-árvore? SP, PA, CE, BA, ES, MG, RJ, MT, GO, SC e MS. 4. Acromyrmex crassispinus Forel, 1909 - ?Quenquém-de-cisco e quenquém? - SP, RJ, RS, MCI e DF. 5. Acromyrmex diasi (Gonçalves, 1983 - DF (Brasília). 6. Acromyrmex disciger Mayr, 1887 - ?Quenquém-mirim e formiga--carregadeira? SP?, RJ, MG, PR E SC. 7. Acromyrmex heyeri Forel, 1899- ?Formiga-de-monte-vermelha? PR, SC, RS e SP. 8. Acromyrmex hispidus fallAx Santschi, 1925- ?Formiga-mineira? PR, -SC, SP e RS. 9. Acromyrmex hispidus formosus Santschi, 1925 - PR de acordo com KEMPF (1972). 10. Acromyrmex hystrix (Latreille, 1802) - ?Quenquém-de-cisco-da--amazônia? - AM, PA, RO, GO, BA e MT. 11. Acromyrmex landolti balzani Emery, 1890- ?Boca-de-cisco, formiga-rapa-rapa, formiga-rapa e formiga-meia-lua? - SP, MG, SC, GO e MS (MAYHÉ-NUNES, 1991). 12. Acromyrmex landolti fracticornis Forel, 1909 - MT e MS. 13. Acromyrmex landolti landolti Forel, 1884- AM, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, MG, MT e AC. 14. Acromyrmex laticeps laticeps Emery, 1905 - ?Formiga-mineira e formiga-mineiravermelha? - SC, RS e PR 15. Acromyrmex laticeps nigrosetosus Forel, 1908- ?Quenquém-campeira? 16. SP, AM, PA, MG, MA, ,MT, GO, RO, BA e SC 17. Acromyrmex lobicornis Emery, 1887- ?Quenquém-de-monte-preta e formiga-demonte- preta? - BA e RS.
18. Acromyrmex lundi carli Santschi, 1925 - AM e PA. 19. Acromyrmex lundi lundi (Guérin, 1838) - ?Formiga-mineira-preta, quenquémmineira e quenquém-mineira-preta? - RS. 20. Acromyrmex lundi pubescens Emery, 1905 - MT. 21. Acromyrmex muticinodus (Forel 1901)-?Formiga-mineira?- CE, ES, RJ, SP, SC, MG e PR. 22. Acromyrmex niger (F. Smith, 1858)- SC, SP, CE, MG, RJ, ES e PR. 23. Acromyrmex nobilis Santschi, 1939 - AM. 24. Acromyrmex octospinosus (Reich, 1793) - ?Carieira e quenquém-mineira-daamazônia? - AM, PA e RR. 25. Acromyrmex rugosus rochai Forel, 1904 - ?Fortniga-quiçaçá? - SP CE, MT e DF. 26. Acromyrmex rugosus rugosus (F. Smith, 1858) - ?Saúva, formiga-lavradeira e formiga-mulatinha? - MS, RS, SP, PA, MÁ, PI, CE, RN, PB, PE, SE, BA, MG, MT e GO. 27. Acromyrmex striatus (Roger, 1863)- ?Formiga-de-rodeio e formiga de-eira? - SC e RS. 28. Acromyrmex subterraneus bruneus Forel, 1911 - ?Quenquém-de-cisco-graúcha.? -SP, CE, BA, RJ, SC, MG e ES. 29. Acromyrmex subterraneus molestans Santschi, 1925 - ?Quenquém--caiapócapixaba? - CE, MG, ES, RJ, BA e SP, de acordo com AEDRADE e PORTI (1993). 30. Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1893 - ?Caiapó? -SP, AM, CE, RN, MG, RJ, MT, PR, SC e RS. Cupins – também atacam as raízes das plantas levando a morte ,quando elas são pequenas mudas Lagartas As lagarta consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem ser classificadas em desfolhadoras e broqueadoras Besouros Os besouros podem ser classificados como desfolhadores, coleobrocas e besouro de raízes. Besouros desfolhadores Os besouros desfolhadores constituem um grupo de insetos muito importantes para a silvicultura brasileira. Estes estão incluídos em diversas famílias, principalmente as de Chrysomelidae, Curculionidade, Scarabaeidae, Buprestidae. Dentro deste grupo a principal espécie que apresenta importância para o setor florestal brasileiro é Costalimaita ferruginea. Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidade) é uma das piores pragas nativa dos eucaliptais na Australia. Ele foi introduzido na Argentina em 1926 e, 30 anos depois, foi encontrado nos eucaliptais do Rio Grande do Sul. Mais cerca de 30 anos e já está em São Paulo. Não tardará e esta praga chegará aos maciços florestais de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Outros insetos nativos do Brasil, como as de Naupactus, também atacam as essências florestais. A família Buprestidae apresenta vàrias espécies de besouros que atacam as folhas novas, mas principalmente roem os ponteiros e galhos tenros de eucaliptais jovens. Suas espécias são ainda mal conhecidas pela Entomologia Florestal brasileira. A família Scarabaeidade apresenta espécies desfolhadoras vorazes em muitos tipos de essências florestais no Brasil, como
Bolax flavolineatus, por exemplo. Tanto as larvas quantos os besouros adultos são pragas de resflorestamentos de eucalipto e de várias culturas agrícolas. Sugadores Dentre os insetos que sugam a seiva e provocam danos no eucalipto, podem ser citados, os psilideos, cigarrinhas, trips e pulgões. Estes primeiros são compostos por insetos de origem australiana com introdução recente no Brasil Os insetos sugadores são de grande importância para o eucaliptos por agrigarem os psilideos, insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea (Hodkinson, 1988). Psilideos São chamados ?Psilideos? insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea (Hodkinson, 1988). Dentro deste grupo, são conhecidas em todo o mundo, cerca de 2500 espécies, sendo que a maioria se desenvolve em plantas lenhosas, dicotiledôneas (Burckhardt, 1994). Grande parte dos insetos da família Psyllidae são de origem Australiana sendo que a maioria das espécies se desenvolvem em eucaliptos ou outras Mirtaceas. Dentro desta família, o gênero Ctenarytaina Ferris e Klyver tem a mais ampla distribuição natural, indo desde a Índia e Sudeste da Ásia até a Austrália, Nova Zelandia e algumas ilhas do Pacífico (Burkchardt, 1998). Algumas espécies de Ctenarytaina tem sido introduzidas em outros continentes juntamente com seu hospedeiro, o eucalipto (Taylor, 1997). A espécie mais conhecida do gênero, Ctenarytaina eucalypti , ocorre naturalmente no sudeste da Austrália e Tasmania e foi introduzida na Nova Zelândia, Papua, Nova Guine, Sri Lanka, África do Sul, Ilhas Canárias, Califórnia e Europa( França, Itália, Portugal, Espanha, Ilhas Madeira, Inglaterra e Alemanha). No Brasil foi realizado levantamentos destes psilideos no Estado do Paraná e São Paulo, sendo encontrada três espécies, sendo uma delas também encontrada em Goiás. Possivelmente estes insetos estejam presentes nas demais regiões, podendo ainda haver também outras espécies ainda não coletadas nos levantamentos realizados anteriormente. A primeira ocorrência de C. eucalypti, no Brasil, foi relatada por Burckhardt, et. al. (1999), em mudas de E. dunnii, no município de Colombo, PR. Ctenarytaina sp. foi observada em plantações de Eucalyptus grandis, no município de Arapoti, Norte do Paraná em 1992 (Iede et. all. 1996). Em 1997 foi descrita a espécie Ctenarytaina spatulata (Taylor 1997). Esta espécie de origem australiana se espalhou por vários países. Foi observada em 1990 nas Ilhas do Sul em Nova Zelândia, em 1991 na Califórnia, USA, 1992 no Norte do Paraná, Brasil e em 1994 próximo a Montevidéu, no Uruguai. Doenças O eucalipto pode ser atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde mudas até árvores adultas. As doenças causam significativos impactos econômicos, de acordo
com a espécie atacada e da época do ano. As principais doenças que ocorrem nos eucaliptos são: Tombamento Podridão de raízes Mofo cinzento Podridão de estacas Esporotricose Oidio Murcha bacteriana Enfermidade rosada ou rubelose Cancro Ferrugem Murcha de cilindrocladium Podridão do cerne Doenças foliares e complexos etiológicos (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas) Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce Seca de ponteiros de Arapoti Seca da saia do Eucalyptus viminalis Algumas doenças de origem abiótica são importantes, pela intensidade e freqüência com que têm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenças de origem abiótica são decorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente. Durante ou após a ação do fator adverso, as árvores podem tornar-se suscetíveis à infecção de patógenos secundários. Os principais patógenos secundários (também chamados de doenças abióticas) observados são: Afogamento do coleto Enovelamento de raízes Gomose Pau-preto Geada Granizo Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende da correto e completo diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a implementação de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida mais eficiente e econômica pode provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo a contaminação ambiental por agrotóxico. Tombamento SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Lesão necrótica na região do colo da plântula; Murcha, enrolamento e secamento de cotilédones; Tombamento de plântulas em reboleira e sua morte.
Ataque de fungos na fase de germinação, destruindo as plântulas; Uso de substratos contaminados por fungos de solo; Condições de alta umidade no viveiro. Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Podridão-da-raiz SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Murcha e morte de mudas; Lesões necróticas em raízes. Ataque dos fungos Phytophthora sp., Pythium sp. E Fusarium sp. Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Mofo-cinzento SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Enrolamento de folhas, seca e queda das mesmas; Formação de mofo acinzentado sobre as plantas afetadas. Ataque do fungo Botrytis cinerea Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Murcha e morte de mudas; Lesões necróticas em raízes. Podridão-de-estaca SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Secamento e morte de estacas; Lesões escuras na base ou em outras partes da estaca. Ataque dos fungos Cylindrocladium candelabrum, Colletotrichum sp., Fusarium sp. e Rhizoctonia solani Além das medidas anteriormente citadas: Descontaminação de brotações e recipientes com hipoclorito de sódio e/ou fungicidas; Pulverização de estufas com sulfato de cobre. Esporotricose do eucalipto SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Infecção da haste principal de mudas e porção apical de brotações de minicepas; Lesões arroxeadas em folhas; Anelamento e morte de caules e pecíolos. Ataque do fungo Sporothrix eucalypti Uso de controle químico. Oídio SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Enrugamento e deformação de folhas jovens e brotações; Aspecto acanoado das folhas adultas; Formação de uma película pulverulenta e esbranquiçada sobre as folhas. Ataque do fungo Oidium sp. Aplicação de fungicidas em mudas severamente afetadas.
Murcha bacteriana do eucalipto SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Avermelhamento ou amarelecimento da copa em árvores com idade entre 4 e 8 meses; Murcha da folhagem e queda parcial de folhas; Secamento da copa; Ao cortar-se a planta, ocorre exsudação de pús bacteriano no caule. Ataque da bactéria Ralstonia solanacearum. Evitar o plantio de mudas adas; Usar mudas produzidas em tubetes suspensos; Evitar o dobramento e a compactação da extremidade das raízes no plantio; Evitar preparo de solo que favoreça o afogamento do coleto; Uso de espécies ou procedências resistentes.
Enfermidade rosada ou rubelose SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Lesões e sinais em galhos e na haste principal de árvores com idade entre 2 a 5 anos; Mortalidade de galhos e hastes. Ataque do fungo Corticium salmonicolor. Uso de espécies ou procedências resistentes. Cancro-do-eucalipto SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Secamento da copa e morte de árvores jovens (5 meses em diante) por estrangulamento da colo; Fendilhamento da casca e seu intumescimento; Formação de cancro no tronco, com depressão e rompimento da casca em fitas; Aparecimento de gomose (exsudação de quino). Ataque do fungo Cryphonectria cubensis. Uso de populações resistentes (espécies, procedências, híbridos e clones).
Ferrugem SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Pontuações cloróticas em folhas jovens e caule em formação; Formação de pústulas de coloração amarelo-vivo sobre lesões (esporos do fungo); Formação de verrugas nas lesões: Seca e morte de tecidos afetados, com aspecto de queima. Ataque do fungo Puccinia psidii. Uso de controle químico em viveiros; Uso de espécies e procedências resistentes. Mancha de cilindrocladium SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Lesões no ápice ou bordos do limbo foliar que podem atingir toda a folha;
Manchas de coloração marrom-claro a marrom arroxeado e cinza; Queda de folhas lesionadas; Desfolha intensa; Lesões necróticas em ramos. Ataque de fungos do gênero Cylindrocladium. Uso de controle químico em viveiros; Uso de espécies e procedências resistentes.
Podridão-de-cerne SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Ausência de sintomas externos; Podridão interna de coloração esbranquiçada ou parda que ocorre mais pronunciadamente na região medular. Associação de vários grupos de fungos decompositores de madeira. Uso de espécies resistentes ao problema. Doenças foliares secundárias SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Causam diferentes tipos de lesões necróticas e queima em folhas e copas de árvores. Ataque de espécies dos fungos Coniella fragariae, Mycosphaerella spp. e Kirramyces epicocoides, Rhizoctonia solani. A pouca expressão destas doenças não tem recomendado medidas de controle.
Complexos etiológicos SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD): Sintomas em plantas com mais de 1 ano. Ataque de espécies dos fungos Coniella fragariae, Mycosphaerella spp. e Kirramyces epicocoides, Rhizoctonia solani. O retorno das condições ambientais normais pode promover a recuperação do desenvolvimento normal das árvores; No caso da seca por falta de boro, a aplicação do elemento no solo, durante o plantio pode evitar ou minimizar e os efeitos do problema; Plantio de espécies resistentes ao problema; Existe tolerância das plantas ao problema da SPEVRD E SPEA, a partir do quarto ano. Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA): Sintomas em plantas com menos de 7 meses. Secamento das porções apicais dos ramos e galhos; Redução do crescimento; Perda de touças e árvores severamente afetadas. Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários. Seca de ponteiros por falta de Boro: Encarquilhamento de folhas jovens;
Clorose das bordas do limbo até ocorrer necrose; Ramos flácidos sem forma cilíndrica; Fendilhamento da casca, formação de cancro e estrangulamento da haste; Bifurcação do tronco. Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários. Seca da saia do Eucalyptus viminalis: Secamento geral da folhagem; Morte de árvores. Deficiência de boro na planta e associação de fungos do gênero Botryosphaeria em cancros de haste e tronco. Afogamento do coleto SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Intumescimento do colo Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de plantas. Enterrio de parte do caule das mudas no plantio Aterramento da muda no campo decorrente de tratos culturais ou enxurrada. Cuidados no plantio e no preparo de solo para evitar o afogamento Enovelamento das raizes SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de plantas. Plantio de mudas com sistema radicular enovelado Entortamento de raízes no plantio. Evitar o aproveitamento de mudas adas e com raízes enoveladas Evitar o entortamento de raízes durante o plantio. Gomose SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Escorrimento de quino (goma) em alguns pontos do tronco. Ferimentos mecânicos Injúrias de insetos Ventos fortes Plantas parasitas Desordens fisiológicas por fatores adversos de clima e solo. Evitar a ocorrência do fator injuriante, quando possível Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região. Pau-preto SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Escorrimento de quino e posterior oxidação em numerosos pontos do tronco. Sem conhecimento completo de sua origem. Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região.
Geada SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Desde queima de ponteiros até a perda total da copa Queima e bronzeamento da folhagem Morte de mudas árvores jovens. Resfriamento brusco da temperatura ambiente e congelamento, com ou sem formação de crosta de gelo sobre a planta. Proteção de mudas em viveiros Uso de espécies ou procedências tolerantes ou resistentes. Granizo SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Desfolhamento e descascamento de ramos, hastes e árvores Surgimento de pequenos cancros em ramos e hastes Seca de ramos e morte de árvores. Queda de granizo ou chuva de pedra. Como o problema decorre de um evento climático, ocasional e localizado, não existe meio de se evitar O volume de madeira, em um determinado sítio em determinado espaço de tempo, aumenta com o aumento do número de árvores por hectare. No entanto, o diâmetro das árvores tende a diminuir com o aumento do número de árvores, e os custos das mudas e da implantação do povoamento a aumentar. Portanto, para decisão final em relação a espaçamento inicial e condução do povoamento mais ou menos adensado, é necessário estimar os custos financeiros e compará-los com a receita esperada. Evidentemente, o produto final desejado e suas dimensões devem igualmente ser levadas em consideração, bem como a qualidade da madeira que varia em função da idade e do manejo adotado. Embora, fixando-se o período de tempo, para que maiores volumes sejam obtidos em plantios com espaçamentos mais estreitos, existe tendência de desenvolvimento de árvores mal formadas se o povoamento for mantido excessivamente adensado por período muito longo. Igualmente há aumento do número de árvores suprimidas e mortas. Isto ocorre devido ao fato de cada sítio comportar um máximo de área basal, levando o crescimento das árvores remanescentes a ocorrer apenas devido à supressão das árvores menos desenvolvidas e morte das árvores dominadas. Naturalmente, este é um processo lento que pode ser antecipado pela prática do desbaste. O desbaste tem ainda a vantagem de permitir o aproveitamento da madeira das árvores suprimidas. Espécies recomendadas para serrraria Desbastes Demarcação para desbastes Sistemas de desbastes
Produção de madeira para desdobro Condução de brotações das cepas Espécies recomendáveis para serraria Diversas espécies de Eucalyptus podem ser plantadas com a finalidade de serraria. A escolha da espécie dependerá fundamentalmente do clima da área a ser plantada e das características físicas e químicas do solo. O E. grandis, E. saligna, E. microcorys, E. maculata, E. pilularis, E. cloeziana, E. paniculata e E. resinifera tem sido manejados a nível mundial para serraria, laminação e produção de postes. Desbaste Os desbastes de plantios florestais são necessários quando se deseja obter toras de diâmetros elevados ao final da rotação. Este é o caso da produção de toras para serraria e de postes de grandes dimensões. Quando o objetivo for a produção do maior volume possível de madeira de pequenos diâmetros, em espaço de tempo menor até o corte final, os desbastes não são necessários. Como cada sítio permite apenas um determinado valor limite de área basal, reduzindo o número de árvores, a área basal máxima se distribuirá por um número menor de árvores remanescentes que atingirão diâmetros maiores. A estratégia mais recomendável é manter o povoamento crescendo em taxas próximas do máximo incremento corrente anual em área basal, o que pode ser conseguido por desbastes leves e freqüentes. O primeiro, ou primeiros desbastes, devem ser pesados para eliminar também árvores mal formadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que apresentem dimensões elevadas. Deve-se evitar a retirada de grupos de árvores e procurar manter uma distribuição uniforme de espaçamento entre as árvores remanescentes. Isto evita a formação de clareiras e o crescimento de plantas invasoras entre as árvores. Evita-se também o surgimento de número excessivo de brotações de gemas epicórmicas, que podem prejudicar a qualidade da madeira. Este último inconveniente ocorre devido ao estimulo pela luz de gemas dormentes ao longo do fuste e também quando as árvores entortam devido a desbastes excessivos. Demarcação para desbaste A demarcação do desbaste é uma operação especializada para a qual é necessário treinamento e discernimento para reconhecer as árvores que devem ser retiradas e as que devem permanecer e a importância de uma distribuição adequada de espaço entre as árvores. Para assegurar-se que o número de árvores preconizado por hectare permaneça após o desbaste é recomendável indicar-se o comprimento de duas linhas de árvores que conterão 10 árvores, por exemplo, ao final do desbaste. Um método simples de calcular consiste em multiplicar o número remanescente de árvores pela distância entre linhas, dividir este valor pela área de um hectare (10000 m2 ). Em seguida dividir-se 5 (número de árvores em uma linha) pelo valor anteriormente obtido. O valor resultante é o
comprimento de duas linhas onde devem ser deixadas dez árvores. Aplicando para uma distância entre linhas de 3 m: 3 m X 500 = 1500 m / 10000 m2 = 0,15 m-1 5 / 15 m-1= 33,3 m. Portanto, para obter-se a densidade de plantas remanescente pretendida (500 árvores/ha) é necessário deixar-se dez árvores a cada 33 m de linha dupla. Deve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores em uma liDeve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores em uma linha e seis na outra, e assim por diantenha e seis na outra, e assim por diante
Sistemas de desbaste Do ponto de vista econômico e operacional, em grandes áreas é preferível executar-se o corte e extração de madeira mecanizados ao invés do manual, desta maneira é mais econômico fazer-se desbaste sistemático e não o seletivo, no primeiro desbaste. Aplicase também quando não houver interesse no manejo da rebrota das touças, ou então para espécies que não apresentem rebrota satisfatória. Nos demais casos os desbastes seletivos são os mais recomendáveis. Em geral, nos desbastes sistemáticos se retira totalmente uma linha a cada três linhas de árvores e se efetua o desbaste seletivo, nas duas linhas remanescentes, nos desbastes subsequentes. Este sistema de desbaste é recomendável para plantios muito homogêneos ou seja aqueles plantados com material genético selecionado e com técnicas silviculturais adequadas. de madeira para desdobro As recomendações que serão apresentadas a seguir aplicam-se ao Eucalyptus grandis mas em princípio podem também ser utilizadas para outras espécies de eucalipto. O aproveitamento das toras para serraria é tanto mais elevado quanto maior for o diâmetro da tora. Assim, quanto mais cedo o povoamento atingir diâmetros elevados mais lucrativo será o empreendimento florestal. Para atingir este objetivo, os desbastes pesados e precoces são recomendáveis por estimularem precocemente o crescimento em diâmetro. Entretanto, a madeira produzida em idades jovens dos povoamentos, nos quinze primeiros anos de crescimento de Eucalyptus grandis, é de qualidade inferior com elevadas tensões de crescimento. Para aumentar a proporção de madeira de boa qualidade, e limitar a madeira de qualidade inferior a um pequeno cilindro central, devese executar desbastes leves inicialmente. Devem também ser atrasados, pelo menos para permitirem a retirada de madeira com dimensões adequadas e mais interessantes do ponto de vista comercial. Os desbastes devem ser leves até o décimo quinto ano e mais pesados após essa idade.
Para evitar fustes deformados e supressão exagerada de copa viva, os demais desbastes devem ser repetidos em intervalos mais curtos. Os regimes de desbaste que vem sendo adotados na silvicultura brasileira não seguem a proposta apresentada. De modo geral adotam-se desbastes precoces e pesados com o objetivo de produzir toras de 35 a 45 cm de diâmetro em rotações curtas de 15 a 18 anos. Este regime tem o inconveniente de produzir elevada proporção de madeira juvenil, de baixa qualidade, no cilindro central da tora. Entretanto, é mais versátil em termos de permitir alterar o objetivo para a madeira produzida em função de alterações de mercado. Possibilita ainda maior gama de produtos, em menor tempo, que pode ser interessante comercialmente. Por outro lado, prolongar a rotação para muito mais de 35 anos com o objetivo de aumentar a proporção de madeira de alta qualidade, aumenta o risco de ocorrência de podridão do cerne. Visando assegurar a adoção de manejo específico para o povoamento e a região de interesse, considerando o potencial de produção e o sortimento específicos do povoamento florestal, como função da idade e dos regimes de manejo, é necessário utilizar simuladores de crescimento e produção. Existe no mercado nacional, em fase de implantação, o simulador de crescimento e produção denominado SISEUCALYPTUS. Este simulador, desenvolvido pela EMBRAPA, pode ser uma ferramenta de extrema importância para a definição do regime de desbastes ideal para cada povoamento e situação de mercado. A proposta apresentada acima é apenas uma sugestão que pode ser aplicada em princípio, entretanto deve ser reconsiderada quando houver disponibilidade de dados de inventário e informações de mercado para cada caso.
Condução da brotação das cepas A eliminação das cepas é a melhor alternativa quando não houver perspectivas de mercado ou interesse na produção de madeira de menores dimensões que poderiam ser obtidas mantendo-se as brotações das cepas. A produção de madeira das árvores remanescentes é maior no caso de eliminação das cepas. A condução das cepas, quando desejável, se faz pela retirada dos brotos extranumerários e manutenção de dois a três brotos por cepa. Os brotos a serem mantidos devem ser bem distribuídos e implantados no tronco o mais próximo possível do solo. Para selecionar corretamente os brotos é necessário aguardar o crescimento dos brotos por pelo menos um ano ou até que ocorra diferenciação clara entre os brotos. Importância A combinação de árvores com pastagens (sistemas silvipastoris), com pastagens e a inclusão de culturas agrícolas durante a fase inicial de desenvolvimento das espécies arbóreas (sistemas agrossilvipastoris) e mesmo a associação de árvores com culturas agrícolas (sistemas silviagrícolas) são de grande aplicabilidade. A atividade florestal exige rotações mais longas que as demais atividades agropecuárias, principalmente para que se obtenha um produto final para serraria. O corte do eucalipto
para industrialização ocorre normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 rotações sucessivas e econômicas, com ciclo final de até 21 anos. Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos regulares e normalmente com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades rurais, além dessa possibilidade de plantio, as árvores também podem ser plantadas de forma integrada com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda, como prestadoras de serviços como quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais, sem no entanto esquecer o seu potencial para gerar produtos econômicos. Para que se tenha sucesso nesse empreendimento, precisa-se considerar o espaçamento da espécie florestal. Nesses sistemas normalmente são usadas menores densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies florestais em campo. Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado número de árvores com pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas para fins menos nobres como lenha, carvão, celulose, engradados e estacas para cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número menor de plantas por unidade de área, tornando mais fácil o o de máquinas para o plantio e tratos culturais. Facilitam também a retirada da madeira e empregam menos mão-de-obra, além de permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes, vigas, esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos culturais e menor derrama natural. Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é necessário que os espaços entre as plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado em podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores preços mediante uma mercadoria de maior valor agregado. Dessa forma, a implantação de povoamentos, assim manejados, é naturalmente uma excelente alternativa para se integrar as atividades agrícola, florestal e pecuária em um sistema de produção misto. Práticas de manejo em eucalipto, caracterizadas por espaçamentos iniciais largos, desbastes precoces e pesados e podas altas, revelam-se superiores aos tradicionais, com a produção de madeira de boa qualidade, com bons resultados econômicos. Além disso, permitem a penetração de altos níveis de radiação no sub-bosque, o que, por sua vez, favorece o desenvolvimento satisfatório de outras espécies, também com valor econômico, associadas.