Estudo da Carta de Tito Carta a Tito: Conselhos a um ancião sobre como lidar com as situações numa designação muitíssimo difícil. Carta escrita pelo apóstolo Paulo, evidentemente após seu primeiro encarceramento em Roma. Designação de superintendentes e como lidar com sérios problemas. Tito é comissionado a corrigir as coisas defeituosas e a designar superintendentes nas diversas cidades de Creta. (1:5) O homem designado superintendente deve estar livre de acusação, deve ser exemplar tanto pessoalmente como em sua vida familiar, hospitaleiro, equilibrado, dominando a si mesmo; precisa representar corretamente a verdade em seu ensino, sendo assim capaz de exortar e repreender aqueles que contradizem. (1:6-9) Homens indisciplinados nas congregações têm de ser silenciados, especialmente os adeptos da circuncisão, que subverteram famílias inteiras; devem ser repreendidos com severidade para que todos sejam sãos na fé. (1:10-16) Questões tolas, genealogias e conflitos sobre a Lei devem ser evitados; alguém que promova uma seita deve ser rejeitado depois de ter sido oestado pela segunda vez. (3:9-11) Conselho salutar para todo tipo de cristão. Os homens idosos são incentivados a ser exemplos de moderação, seriedade, juízo, fé, amor e perseverança. (2:1, 2) As mulheres idosas são igualmente exortadas a ser exemplares; devem ser instrutoras do que é bom, para que possam ajudar as mulheres mais jovens a encarar corretamente suas responsabilidades como esposas e mães, a fim de não trazerem vitupério sobre a palavra de Deus. (2:3-5) Os homens mais jovens são exortados a serem ajuizados. (2:6-8)
Os escravos devem estar sujeitos aos seus donos, para que adornem o ensino de Deus. (2:9, 10) A benignidade imerecida de Deus deve motivar os cristãos a repudiar a impiedade e a viver com bom juízo neste sistema de coisas, enquanto aguardam pacientemente a gloriosa manifestação de Deus e de Jesus Cristo. (2:11-15) Devem mostrar a devida sujeição a governantes, evitar ser beligerantes e cultivar a razoabilidade e a brandura. (3:1, 2) Paulo e seus concristãos haviam, outrora, procedido em maldade também; mas, por intermédio da benignidade imerecida de Deus, foram salvos e têm agora a esperança segura da vida eterna; esses fatos devem ser constantemente enfatizados, a fim de incentivar os crentes a concentrar a mente em obras excelentes. (3:3-8) to: A Carta a Tito, ou Espítola a Tito, é uma carta escrita pelo apóstolo Paulo a Tito, colaborador que Paulo havia deixado em Creta para ‘corrigir as coisas defeituosas e fazer designações de anciãos’ nas várias congregações ali. (Tit 1:1, 4, 5) Todos os antigos catálogos notáveis das Escrituras Gregas Cristãs, começando com o Fragmento Muratoriano do segundo século EC, atestam a autenticidade da carta. I. Época e Lugar da Escrita. Visto que não há nenhum registro de que Paulo se tenha empenhado em atividades cristãs na ilha de Creta antes de seu primeiro encarceramento em Roma, ele deve ter estado ali, junto com Tito, algum tempo entre sua soltura e seu encarceramento final. Assim, a época da composição da carta se situaria entre cerca de 61 e 64 EC. A Macedônia pode ter sido o lugar do qual se enviou a carta; foi aparentemente ali, no mesmo período geral, que Paulo escreveu Primeira Timóteo. — 1Ti 1:3.
II. O Objetivo da Carta. A carta evidentemente devia servir como guia para Tito, e lhe dava apoio apostólico para o desempenho de seus deveres relacionados com as congregações cretenses. Sua designação não era nada fácil, pois tinha de lidar com pessoas rebeldes. Como Paulo escreveu: “Há muitos indisciplinados, conversadores improfícuos e enganadores da mente, especialmente os homens que aderem à circuncisão. É preciso fechar a boca de tais, visto que estes mesmos persistem em subverter famílias inteiras por ensinarem coisas que não deviam, por causa de ganho desonesto.” (Tit 1:10, 11) Também, entre os cretenses, eram comuns a mentira, a glutonaria e a preguiça, e, pelo visto, alguns dos cristãos refletiam essas características ruins. Por esse motivo, Tito tinha de repreendê-los com severidade e mostrarlhes o que se exigia dos cristãos, quer jovens, quer idosos, varões ou mulheres, escravos ou livres. Pessoalmente, tinha de ser exemplo de obras excelentes e mostrar incorruptibilidade no ensino. — 1:123:2.
Introdução Bíblica: Livro de Tito Escritor: Paulo Lugar da Escrita: Macedônia (?) Escrita Completada: c. 61-64 EC O livro de Tito é o de número 56 no cânon das cartas inspiradas. “Paulo, escravo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo . . . a Tito, filho genuíno segundo a fé partilhada em comum.” (Tito 1:1, 4) Assim começa a carta de Paulo a seu colaborador e companheiro de longa data, Tito, a quem ele deixara na ilha de Creta para organizar melhor as congregações. Tito tinha uma grande tarefa às mãos. Esta ilha, que se dizia ser a antiga morada do “pai dos deuses e dos homens”, era a origem do ditado, em inglês, “to Crete a Cretan”, que significa “lograr um velhaco”. A falsidade de seu povo era proverbial, de modo que Paulo até mesmo citou o próprio profeta
deles, como dizendo: “Os cretenses são sempre mentirosos, feras prejudiciais, glutões desempregados.” (1:12) Os cretenses dos dias de Paulo foram também assim descritos: “O caráter do povo era volúvel, insincero e briguento; eram dados à avareza, à licenciosidade, à falsidade e à bebedice, em grau pouco comum; e parece que os judeus que se estabeleceram entre eles ultraaram os nativos na imoralidade.” Foi em tal ambiente que as congregações de Creta surgiram; assim, era especialmente necessário os crentes ‘repudiarem a impiedade e os desejos mundanos e viverem com bom juízo, justiça e devoção piedosa’, como Paulo exortara. — 2:12. O livro de Tito em si pouco informa sobre a associação de Paulo e Tito. Das referências a Tito nas outras cartas de Paulo, porém, podem-se colher muitas informações. Tito, que era grego, acompanhou muitas vezes a Paulo e, pelo menos uma vez, foi com ele a Jerusalém. (Gál. 2:1-5) Paulo refere-se a ele como “parceiro meu e colaborador”. Foi a Tito que Paulo enviara a Corinto depois de ter escrito de Éfeso a sua primeira carta aos coríntios. Na sua estada em Corinto, Tito estava ligado à coleta que se fazia para os irmãos em Jerusalém, e, subseqüentemente, retornou a mando de Paulo para completar a coleta. Foi na viagem de retorno a Corinto, depois de seu encontro com Paulo em Macedônia, que Tito foi usado para levar a segunda carta de Paulo aos coríntios. — 2 Cor. 8:16-24; 2:13; 7:5-7. Depois de ter sido solto de sua primeira prisão em Roma, Paulo outra vez se associou com Timóteo e Tito durante os anos finais de seu ministério. Isto parece ter incluído o serviço em Creta, Grécia e Macedônia. Por fim, fala-se de Paulo ir a Nicópolis, no noroeste da Grécia, onde, pelo que parece, foi preso e levado a Roma para seu encarceramento final e execução. Foi durante a visita a Creta que Paulo deixara Tito ali para que ‘corrigisse as coisas defeituosas e fizesse designações de anciãos numa cidade após outra’, em harmonia com as instruções que dera a Tito. Parece que a carta de Paulo foi escrita pouco depois que ele deixou Tito em Creta, mui provavelmente de Macedônia. (Tito 1:5; 3:12; 1 Tim. 1:3; 2 Tim. 4:13, 20) Parece ter servido a um objetivo similar ao de Primeira Timóteo, a saber, incentivar o colaborador de Paulo e dar-lhe apoio
abalizado em seus deveres. Paulo deve ter escrito a carta entre seu primeiro e segundo encarceramento em Roma, ou por volta de 61 a 64 EC. O peso da evidência em favor da autenticidade da carta a Tito é o mesmo que o das cartas contemporâneas a Timóteo, os três livros bíblicos muitas vezes chamados de “cartas pastorais” de Paulo. O estilo de escrita é similar. Tanto Irineu como Orígenes citaram de Tito, e muitas outras antigas autoridades também atestam a canonicidade do livro. Encontra-se nos manuscritos Sinaítico e Alexandrino. Na Biblioteca John Rylands há um fragmento de papiro, P32, que é uma folha de códice de por volta do terceiro século EC, contendo Tito 1:11-15 e 2:3-8. Não há dúvida de que o livro é parte autêntica das Escrituras inspiradas.
Destaques das Cartas a Tito Algum tempo depois de sua libertação do primeiro encarceramento em Roma, em 61 EC, o apóstolo Paulo visitou a ilha de Creta. Depois de analisar a condição espiritual das congregações locais, ele deixou Tito ali a fim de fortalecê-las. Mais tarde, provavelmente da Macedônia, Paulo escreveu uma carta a Tito para dar-lhe orientações sobre seus deveres e apoio apostólico às suas atividades. Anteriormente, pouco tempo antes de sua soltura da prisão em 61 EC, Paulo escreveu uma carta a Filemom, um cristão que vivia em Colossos. Era um pedido pessoal a um amigo. Por volta de 61 EC, Paulo também escreveu aos irmãos hebreus na Judéia uma carta que mostrava a superioridade do cristianismo sobre o sistema judaico. As três cartas contêm conselhos valiosos para nós. — Heb. 4:12. MANTENHA SUA SAÚDE ESPIRITUAL (Tito 1:1–3:15)
Depois de orientar como fazer “designações de numa cidade após outra”, Paulo aconselhou Tito a ‘persistir em repreender com severidade os indisciplinados, para que fossem sãos na fé’. Ele exortou todos nas congregações em Creta a “repudiar a impiedade . . . e a viver com bom juízo”. — Tito 1:5, 10-13; 2:12. Paulo deu outros conselhos para ajudar os irmãos em Creta a permanecerem espiritualmente sãos na fé. Ele instruiu Tito a se ‘esquivar de questões tolas e de lutas sobre a Lei’. — Tito 3:9. Auxílio na compreensão bíblica: 1:15 — Como podem “todas as coisas” ser “puras para os puros”, mas impuras para “os aviltados e os sem fé”? Para saber a resposta, é preciso entender o que Paulo quis dizer com “todas as coisas”. Ele não se referia a coisas que a Palavra escrita de Deus especificamente condena, mas a assuntos aos quais as Escrituras dão margem a decisões variadas por parte dos cristãos. Para a pessoa cujo pensamento se harmoniza com as normas de Deus, tais coisas são puras. Dá-se o contrário no caso daqueles que têm pensamento distorcido e consciência corrompida. 3:5 — Como os cristãos são ‘salvos por intermédio de um banho’ e ‘feitos novos por espírito santo’? Eles são ‘salvos por intermédio de um banho’ em que Deus os banhou, ou purificou, com o sangue de Jesus à base do mérito do sacrifício de resgate. Eles são ‘feitos novos por espírito santo’ porque se tornaram “uma nova criação”, como filhos de Deus gerados pelo espírito. — 2 Cor. 5:17. Lições para nós: 1:10-13; 2:15. Os superintendentes cristãos devem corrigir corajosamente o que estiver errado na congregação cristã.
2:3-5. Como no primeiro século, as atuais cristãs maduras devem ‘ser reverentes no comportamento, não caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho, instrutoras do que é bom’. Assim serão bem-sucedidas em instruir em base pessoal “as mulheres jovens” na congregação. 3:8, 14. Fixar a ‘mente em manter obras excelentes’ é ‘excelente e proveitoso’ pois nos ajuda a ser produtivos no serviço de Deus e nos mantém separados do mundo perverso.
Resumo da Bíblia: Carta à Tito Tema: Permaneçamos sãos na fé As congregações cristãs na ilha mediterrânea de Creta necessitavam de atenção espiritual. Quem podia ajudá-las? Ora, Tito, colaborador do apóstolo Paulo! Ele era corajoso, qualificado para ensinar, zeloso de obras excelentes e são na fé. Paulo visitou Creta entre seu primeiro e segundo encarceramento em Roma. Ele deixara Tito na ilha para corrigir algumas coisas e designar anciãos congregacionais. Esperava-se também de Tito que repreendesse falsos instrutores e desse excelente exemplo. Tudo isso é revelado na carta de Paulo a Tito, possivelmente enviada da Macedônia entre os anos 61 e 64 EC. Aplicar os conselhos do apóstolo pode ajudar os pastores superintendentes e concrentes da atualidade a ser corajosos, zelosos e sãos em sentido espiritual. O Que se Requer dos Superintendentes: Era necessário designar pastores superintendentes e lidar com alguns problemas graves. (1:1-16) Para ser ordenado pastor superintendente, o varão tinha de estar livre de acusação, ser
exemplar na vida pessoal e familiar, hospitaleiro, equilibrado e dominar a si mesmo. Tinha de ensinar o que é certo e exortar e repreender os que expressassem conceitos contraditórios. Era necessário ter coragem, pois seria preciso fechar a boca dos indisciplinados nas congregações. Seria especialmente assim no caso dos que aderiam à circuncisão, pois haviam subvertido famílias inteiras. Seria preciso repreender com severidade para que as congregações permanecessem sãs em sentido espiritual. Hoje, os pastores superintendentes cristãos também precisam ter coragem para repreender e exortar, visando edificar a congregação. Apliquemos o Ensino Salutar: Tito devia transmitir ensino espiritualmente salutar. (2:1-15) Os homens idosos deviam ser exemplares na moderação, na seriedade, no bom juízo, na fé, no amor e na perseverança. As mulheres idosas deviam ser “reverentes no comportamento”. Como “instrutoras do que é bom”, poderiam ajudar as mulheres mais jovens a ter o conceito correto sobre seus deveres como esposas e mães. Os homens mais jovens deviam ser ajuizados, e os escravos, estar em sujeição aos seus donos de maneira tal que adornasse o ensino de Deus. Todos os cristãos deviam repudiar a impiedade e viver com bom juízo neste sistema mundial, ao o que aguardassem a gloriosa manifestação de Deus e de Jesus Cristo, “que se entregou por nós, a fim de nos livrar de toda sorte de coisa que é contra a lei e purificar para si mesmo um povo peculiarmente seu, zeloso de obras excelentes”. Que nós também ‘adornemos o ensino de Deus’, por aplicarmos tais conselhos salutares. Os conselhos concludentes de Paulo promovem a saúde espiritual. (3:1-15) É necessário mostrar a devida sujeição aos governantes e cultivar razoabilidade. Os cristãos têm a esperança de vida eterna, e as palavras de Paulo deviam ser frisadas para incentivá-los a fixar a mente em obras excelentes. Questões tolas e lutas sobre a Lei deviam ser evitadas, e quem promovesse uma seita devia ser rejeitado após ser oestado duas vezes. Hoje, à medida que os anciãos do Israel de Deus aplicam tais conselhos, eles e os
concrentes permanecerão sãos na fé. Não Escravizadas a Vinho: Embora as mulheres não devam ensinar aos homens na congregação, as irmãs mais idosas podem instruir as mulheres mais jovens em particular. Mas, para serem eficazes neste respeito, as mulheres idosas devem acatar as palavras de Paulo: “As mulheres idosas sejam reverentes no comportamento, não caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho, instrutoras do que é bom.” (Tito 2:1-5; 1 Timóteo 2:11-14) Por estarem cientes dos efeitos de se tomar bebidas alcoólicas, os superintendentes, os diáconos e as mulheres mais idosas têm de ser moderados, não se envolvendo em beber muito vinho. (1 Timóteo 3:2, 3, 8, 11) Todos os cristãos tem de evitar a embriaguez e precisam refrear-se de tomar bebidas alcoólicas enquanto estão empenhados na “obra santa” da pregação das boas novas do Reino Messiânico. — Romanos 15:16; Provérbios 23:20, 21.
Comentário de Tito 1:1 Paulo, servo de Deus,... Assim como Tiago se qualifica, Tiago 1:1, e outros apóstolos, como Pedro e Judas, se chamam de servos de Jesus Cristo; assim faz o apóstolo Paulo; e ambos parecem ser estimados por eles como uma alta característica e título de honra, pelas quais eles escolhem ser descritos e conhecidos. Paulo, antes de sua conversão, era um servo do pecado, e de vários desejos e prazeres, e ele mesmo menciona isso nessa epístola, Tit 3:3, mas sendo chamado pela graça, ele se tornou livre do julgo do pecado, e se tornou um servo de Deus, e da justiça; e, portanto, de um princípio da graça, e sendo persuadido pelo amor, serviu o Senhor, e foi obediente as suas ordens e mandamentos, com toda a prontidão e alegria: embora seu caráter pertença a ele no mais alto sentido do que nos crentes em comum; e diz respeito ao seu serviço ministerial, ou no seu serviço a Deus no Evangelho de seu filho; no qual ele, e os outros, eram sem dúvidas os servos do excelentíssimo Deus, cuja obra jaz em mostrar aos homens o caminho da salvação.
E apóstolo de Jesus Cristo: Constituído, qualificado, e enviado por ele para pregar o Evangelho; e que tinha sua missão, comissão, e doutrina; e era Seu embaixador, que O representava, e pregava sobre Ele; e que tinha o poder de operar milagres para confirmar sua missão e ministério; e tinha todos os sinais de um apóstolo nele; veja notas do Dr. Gill sobre Rom 1:1. E de acordo com a fé dos eleitos de Deus: O que pode tanto denotar acordo que havia entre o ministério do apóstolo, e a fé dos escolhidos e eminentes santos de Deus, debaixo da primeira dispensação; dizendo ele nada a não ser as coisas ditas por Moisés e outros profetas; e lançando nenhuma outra fundação de salvação do que já fora lançada, e que, portanto, fora chamado a fundação dos apóstolos e profetas; para dirigir as almas à retidão, sacrifício, e sangue de Cristo, o Cordeiro morto desde a fundação do mundo, a fé que os santos do Antigo Testamento tinham, e por cuja graça eles foram justificados, foram perdoados, e foram salvos, como somos: senão a forma e maneira em que ele tornou-se um apóstolo; era "por, em, ou pela fé dos eleitos de Deus", como a versão Siríaca a verte; ele foi escolhido de Deus, e trazido como tal para acreditar em Cristo, e então chamado para ser apóstolo: Ou antes, isto pode se referir à finalidade do seu apostolado, e ser traduzido, "para a fé do eleito de Deus"; isso é, ou ele foi designado para ser um apóstolo, para pregar a doutrina da fé, que uma vez ele destruía, e que é apenas uma, e é comum a todo o eleito, e o que comumente é recebido, e é abraçado pelo eleito de Deus, em todas as eras; ou ser um meio e instrumento de trazer o eleito de Deus a essa fé em Cristo, que é peculiar a eles; veja Rom 1:5. Há algumas pessoas que são classificadas como eleitos de Deus; estes não são todos os homens, alguns são vasos de ira próprios para a destruição, homens ímpios, predestinados à condenação e abandonados para acreditar na mentira, que eles talvez sejam malditos; nem os judeus apenas, nem todos eles, porque embora, como uma nação, eles fossem escolhidos, acima de todos os outros, com muitos privilégios externos, mas eles não foram escolhidos a graça especial, e glória eterna; só um restante, de acordo com a eleição da graça: Mas estes são alguns de ambos, judeus e Gentios; alguns de cada língua, povo, e nação; estes foram escolhidos em Cristo de eternidade, e são os objetos peculiares do afeto e cuidado de Deus, a quem ele chama,
justifica, e glorifica: e há uma "fé" especial que pertence a estes; que é um olhar espiritual em Cristo, uma ida a ele, apêgo a ele, e confiança nele para a salvação; e esta fé é peculiar ao eleito de Deus; nem todos os homens a têm, e esses que a têm, a têm pela dádiva de Deus; nem ela é dada a qualquer pessoa, mas apenas aos escolhidos. A razão dos judeus não acreditarem em Cristo era porque eles não eram deste número, João 10:26. E esta fé é assegurada a eles por sua eleição; eles são escolhidos a isso, e através da salvação; acreditam por consequência, e em virtude dela; e certamente obtêm-na em todas as eras, assim como retidão, vida, e salvação; e que é pela qual eles são conhecidos como os eleitos de Deus: e o apóstolo a menciona nesta forma, e maneira, para distingui-la de outra fé; a fé dos demônios, e dos reprovados, e a fé histórica e temporal dos hipócritas, e professores nominais. E o conhecimento da verdade;... Pelo que podemos entender como se referindo ao Evangelho, frequentemente chamado de a verdade, e a palavra da verdade; em distinção daquilo que é obscuro, as cerimônias da lei; e em oposição ao que é falso, vindo ela do Deus da verdade, concernente a Cristo, que é a verdade; e contêm nada, a não ser a verdade, e o que é dirigido para dentro pelo Espírito da verdade. Agora pregar, espalhar, e defender essa fé foi o apóstolo constituído no seu ofício como tal; e que ele pregou com toda clareza e fidelidade, trazendo as almas a um conhecimento espiritual e experimental dele, e então a um reconhecimento e aceitação pública, professando essa fé: Que é segundo a piedade;... O evangelho é a doutrina de acordo com a piedade; as verdades dela têm uma influência, tanto na piedade interna e externa; elas dirigem e promovem a adoração e temor de Deus, e a uma religiosidade, justiça, sobriedade, e vida piedosa e conduta. Fonte: John Gill's Exposition of the Entire Bible
Visão Geral da Carta a Tito Carta a Tito Tema: Como resolver problemas congregacionais “A TITO, filho genuíno segundo a fé partilhada em comum.” Estas palavras devem ter animado o coração de Tito, quando começou a ler uma carta de designação enviada pelo apóstolo Paulo. Ele fora deixado em Creta para servir qual supervisor viajante, visitando as diversas congregações. Tito havia provado sua ‘genuinidade’, e, portanto, estava habilitado para as responsabilidades que lhe foram confiadas. — Tito 1:4. Uns 12 anos ou mais antes, Paulo havia levado Tito a Jerusalém. Sem dúvida, este “genuíno” cristão, de nacionalidade grega e incircunciso, esteve presente quando os apóstolos e os anciãos chegaram à conclusão correta sobre a questão da circuncisão. Depois de considerarem muitas evidências, decidiram não ser necessário que os cristãos gentios, iguais a Tito, se circuncidassem e guardassem todos os requisitos contidos na Lei de Moisés. Quanto fortalecia a fé estar presente a essa reunião histórica! — Atos 15:1-29; Gálatas 2:1-3. Contudo, havia em Creta homens associados com as congregações, que continuavam a ‘aderir à circuncisão’. Eles discordavam do corpo regente cristão em Jerusalém. Em vez de guardarem para si tais opiniões, estes “indisciplinados” ensinavam que a circuncisão era necessária para a salvação. Pior que isso, estes “conversadores improfícuos” promoviam “fábulas judaicas” e mandamentos que não se encontravam na Lei de Moisés. Estes “enganadores” estavam subvertendo a fé de “famílias inteiras”. As congregações em Creta estavam ameaçadas de ficar divididas. — Tito 1:10, 11, 14. Outra ameaça era o ambiente notoriamente péssimo do qual os cristãos cretenses haviam saído. Certo profeta cretense reconheceu: “Os cretenses são sempre mentirosos, feras
prejudiciais, glutões desempregados.” Conforme indicava essa declaração, os cretenses eram como feras que aleijam e matam; deleitavam-se em despedaçar a reputação de outros por meio de calúnia maliciosa. Tais atitudes más se haviam infiltrado nas congregações cristãs de Creta. — Tito 1:12; 3:2. Em sua carta, Paulo delineia claramente como se deveria cuidar desses problemas. Tito devia suprir duas necessidades importantes: “Por esta razão te deixei em Creta, para que [1] corrigisses as coisas defeituosas e [2] fizesses designações de anciãos numa cidade após outra, conforme te dei ordens.” — Tito 1:5. CORRIGIR AS COISAS DEFEITUOSAS Essa era uma tarefa difícil. Diante dos desordeiros, Tito tinha de tomar posição ao lado da verdade, “apegando-se firmemente à palavra fiel”. Alguns o desprezariam, desafiando sua autoridade. Mas Tito tinha apoio teocrático. Podia citar uma carta de designação, que dizia: “Persiste em falar destas coisas, e em exortar e repreender com plena autoridade para mandar. Que nenhum homem jamais te despreze.” — Tito 1:9; 2:15. Mas, que fazer se alguém rejeitasse a repreensão, buscando a simpatia de outros na congregação? Misericordiosamente, ele receberia ‘uma primeira e uma segunda oestação’. Se essas fracassassem, Tito foi instruído: “Rejeita-o.” Isso significa que devia ser excomungado. — Tito 3:10, 11. Devido ao ambiente de negligência, alguns cristãos cretenses não levavam a sério os conselhos. Tito devia ‘persistir em repreendê-los com severidade’. Até mesmo aos irmãos idosos precisava ser lembrado serem “moderados nos hábitos, sérios”. — Tito 1:13; 2:2. DESIGNAÇÕES DE PASTORES ESPIRITUAIS
As congregações em Creta careciam de boa supervisão. Devia Tito selecionar o membro mais influente e ordená-lo qual “sacerdote” sobre a congregação? Não, as instruções que recebeu eram de fazer designações de “anciãos numa cidade após outra”. Isto significa que ele devia providenciar que um corpo de pastores espirituais, ou anciãos em sabedoria cristã, fosse designado para supervisionar as atividades da congregação. — Tito 1:5. Paulo alistou diversos requisitos para orientar a escolha desses pastores. Tais requisitos giram em torno da conduta.O primeiro deles é que o homem devia estar “livre de acusação”. Embora não se exigisse instrução superior, tais homens deviam conhecer a “palavra” de Deus e apegar-se firmemente a ela ao ensinar e ao “repreender os que contradizem”. Tais requisitos são igualmente importantes ao se considerar a recomendação de homens para cargos de supervisão hoje em dia. Por exemplo, conforme escreveu Paulo: “O superintendente tem de [ser] . . . leal.” Tal lealdade é demonstrada pelo ‘firme apego à palavra fiel’, conforme vista nas Escrituras Sagradas. — Tito 1:6-9. Havia outras questões importantes sobre as quais Tito precisava fazer “constantemente firmes afirmações”. (Tito 3:8) Estas podem ser divididas em quatro campos — desejos, linguagem, obras e atitude. CONCENTRAR-SE EM DESEJOS CORRETOS Em sua carta a Tito, Paulo refere-se duas vezes à “esperança de vida eterna”. Podemos basear seguramente nosso coração nessa esperança, pois “Deus, que não pode mentir, prometeu” isso. (Tito 1:2; 3:7) Por outro lado, quão incoerente e perigoso é permitir que “os desejos mundanos” não deixem lugar para esta “feliz esperança”, que envolve “a gloriosa manifestação do grande Deus e do Salvador de nós, Cristo Jesus”. — Tito 2:11-14. Essa “gloriosa manifestação” da glória de Deus por meio do
nosso Salvador, Cristo Jesus, é bem iminente. Intimamente relacionada com essa manifestação estará a destruição do inteiro sistema iníquo e de todos cuja vida tenha girado em torno de seus atrativos materiais e sensuais. Quão importante é, portanto, desarraigar do nosso coração, sim, “repudiar . . . os desejos mundanos, e . . . viver com . . . devoção piedosa no meio deste atual sistema de coisas”! — Tito 2:11-14. VIGIAR NOSSA LINGUAGEM “Conversadores improfícuos”, “mentirosos”, ‘contraditores’, ‘ultrajes’ e “questões tolas” — essas expressões revelam que se estava fazendo mau uso da língua na ilha de Creta. Foi até mesmo necessário que Tito advertisse as irmãs idosas para não serem “caluniadoras”. Esse mesmo conselho é necessário hoje. — Tito 1:10, 12; 2:3, 9; 3:2, 9. Por exemplo, em certa congregação cristão do Israel de Deus, uma irmã idosa, embora zelosa na evangelização, tinha a tendência de falar mal de seus filhos adultos e cristãos, e de seu marido descrente. Sem se mencionar o nome dela, foi necessário que um dos pastores espirituais proferisse uma palestra à congregação sobre esse assunto. Realmente, será que temos o direito de falar mal de qualquer ser humano? A carta inspirada de Paulo a Tito responde: “Não ultrajem a ninguém.” Em vez disso, os cristãos precisam concentrar-se em falar “palavras sadias que não podem ser condenadas”. — Tito 3:2; 2:8. OBRAS QUE AGRADAM A DEUS “Eles declaram publicamente que conhecem a Deus, mas repudiam-no pelas suas obras.” (Tito 1:16) Os desordeiros das congregações de Creta encaixavam-se nessa descrição. Em contraste com isso, Paulo enfatizou quatro vezes a necessidade de “obras excelentes”. (Tito 2:7, 14; 3:8, 14) Dando o exemplo na mais excelente obra, Paulo mencionou a “pregação de que fui incumbido”. (Tito 1:3) Jesus confiou
essa importante obra a todos os seus seguidores; portanto, esta deve ocupar um lugar destacado em nossa lista de “obras excelentes” regulares. — Mateus 28:19, 20. As “obras excelentes” envolveriam também os esforços dos pais para criar “filhos crentes”. Para as esposas, estas incluiriam ser “operosas em casa, . . . sujeitando-se aos seus próprios maridos, para que não se fale da palavra de Deus de modo ultrajante”. Aqueles que têm emprego secular, embora não sejam escravos, aplicariam o princípio de Tito 2:9, 10 por obedecer respeitosamente ao patrão. Exige-se também que os cristãos estejam “sujeitos . . . a governos e autoridades como governantes” e que “estejam prontos para toda boa obra”. — Tito 1:6; 2:5; 3:1. MANTER A ATITUDE CORRETA Os cristãos cretenses precisavam ter a atitude correta para com os pecadores mundanos, não falando mal deles, mas “exibindo toda a brandura para com todos os homens”. Precisamos fazer o mesmo hoje. Do contrário, nossos esforços para ajudá-los a aceitar o evangelho do Reino de Deus fracassarão. Também, assim como se deu na antiga Creta, precisamos vigiar nossas associações. De que outra forma poderíamos obedecer o mandamento de “repudiar a impiedade e os desejos mundanos, e . . . viver com . . . devoção piedosa no meio deste atual sistema de coisas”? — Tito 3:2; 2:12. “Até mesmo nós éramos outrora insensatos, desobedientes, desencaminhados”, declarou o apóstolo Paulo. Tinha Deus a obrigação de salvar-nos dessa condição pecaminosa? Não, foi ‘não devido a obras de justiça que tivéssemos realizado, mas segundo a sua misericórdia que ele nos salvou’. Por exercerem fé no sangue derramado de Cristo, os cristãos obtêm o perdão pelos pecados ados e recebem a maravilhosa “esperança de vida eterna”. Essa é uma “benignidade imerecida” de espécie superlativa e um poderoso motivo para evitarmos os desejos errados e para
mantermos uma linguagem salutar, obras excelentes e uma atitude misericordiosa para com o próximo. — Tito 3:3-7. Quão grato deve ter-se sentido Tito por receber essa ajuda amorosa para sua difícil tarefa! Sem dúvida, ele deve ter relido muitas vezes a carta de Paulo, citando-a com frequência ao ensinar e ao dar conselho. Milhões hoje fazem um uso similar desta carta inspirada, resultando em grande benefício para si mesmos e para outros. Seu conteúdo é deveras excelente e benéfico.
Esboço da Bíblia: Introdução a Tito Tito (Abrev.: Tt) Autor: Paulo Data: Cerca de 64 dC Antecedentes É estranho que uma pessoa cujo nome esteja listado entre os livros do NT seja tão pouco conhecida. Mesmo que Tito fosse companheiro e um valioso colaborador de Paulo, não existe nenhuma menção a seu respeito em Atos. Tito era grego e evidentemente um convertido de Paulo. O fato de Tito não ser circuncidado (Gl 2.3) indica que ele não foi criado no judaísmo, nem se tornou um prosélito. Paulo tinha muita estima por Tito e o apostolo se inquietava quando havia pouco ou nenhuma notícia sobre as atividades e o paradeiro do jovem. Ocasião e Data Embora o NT não registre um ministério de Paulo em Creta, agens como 1.5 indicam claramente que ele e Tito conduziram uma missão lá. Ess campanha provavelmente
tenha acontecido em alguns momentos durante 63-64 dC, após a libertação de Paulo de sua primeira prisão em Roma. Como tinha pouco tempo, Paulo deixou Tito em Creta para cuidar de novas igrejas. Então o apóstolo partiu para outras ´áreas de trabalho. Em algum momento a caminho de Nicópolis, na Grécia (3.12), ele escreveu para Tito. A carta dá indicações de ter sido escrita durante o outono, provavelmente por volta de 64 dC (3.12). Conteúdo A carta a Tito tem uma afinidade com 1Tm. Ambas as epistolas são endereçadas a jovens homens aos quais tinham sido designados de liderança responsável em sua respectivas igrejas durante a ausência de Paulo. Ambas as epístolas ocupam-se com as qualificações daqueles que devem liderar a ensinar as igrejas. Tito tinha três grandes temas– a organização da igreja, a doutrina correta e a vida santa. Tito tinha de ordenar os presbíteros em cada cidade onde existia o núcleo de uma congregação. Eles devia ser homens de alto caráter moral, e deveriam ser inflexíveis em questões de princípio, mantendo a verdadeira doutrina apostólica e sendo capazes de reprovar os opositores. Cristo Revelado Fundamentando as instruções de Paulo está o tema de que Cristo está construindo sua igreja, escolhendo cuidadosamente as pedras que formam essa habitação para Deus. Paulo também enfatiza Cristo como nosso redentor (2.14; 3.4-7) e apresenta sua segunda vinda como um incentivo à vida sagrada (2.12,13). O Espírito Santo em Ação O ministério do ES é compreendido por toda a epístola. Os cretenses não podem mudar a si mesmo (1.12-13), e a regeneração só pode ser obra do ES (3.5). A pessoa que experimenta um novo nascimento recebe o ES a fim de
manter um estilo de vida vitorioso seguindo os moldes do de Cristo (3.6-8). Esboço de Tito I. Introdução 1.1-5 Declaração do ofício, esperança e funções de Paulo 1.1-3 Saudação 1.4 Encargo de Tito 1.5 II. Instruções em relação aos presbíteros 1.6-16 Sua qualificações 1.6-9 A necessidade de istração adequada 1.10—16 III. Instruções em relação à conduta cristã 2.1-3-7 Entre eles mesmos 2.1-15 Em relação ao mundo todo 3.1-7 IV. Instruções finais 3.8-11 Para ensinar verdades espirituais 3.9-11 Pra evitar dissensões 3.9-11 V. Instruções e saudações 3.12-15 Fonte: Bíblia Plenitude
Carta de Tito — Cristologia do Novo Testamento A epístola de Paulo a Tito contém uma das declarações mais fortes de toda a Escritura a respeito da divindade de Jesus Cristo. Não há dúvida de que Paulo acreditava que Jesus fosse um membro coigual e consubstancial da Trindade divina. Em 2:13, Paulo chama
Jesus Cristo “Nosso grande Deus e Salvador”, depois que ele a a mencionar brevemente o seu sacrifício substitutivo pelos nossos pecados. Jesus foi o único que “se entregou por nós para nos remir de toda maldade e purificar para si um povo que é particularmente seu, ansioso para fazer o que é bom” (v. 14). Mais uma vez, a necessidade dos perdidos para a redenção ou a liberdade de todas as maldades que eles realizaram em seu estado não salvos será exibida. Este conceito de redenção tem como pano de fundo a necessidade dos escravos antiga para a liberdade de um mestre (pecado) para tornar-se servos de outro mestre (justiça através de Jesus Cristo). Paul nesta breve maneira, mas claramente, declara tanto que ele acreditava que Cristo é e o que Cristo providenciou para aqueles que aceitam isso pela fé.
Carta de Tito — Bibliologia do Novo Testamento Tito 1:2 é um versículo freqüentemente usado em defesa da inerrância da Palavra de Deus, a Bíblia. Nele, Paulo se refere a Deus como Aquele "que não pode mentir", como Aquele que é livre de engano e é totalmente verdadeiro e confiável. Não somente ele não mente, mas ele não pode fazê-lo. Assim, suas palavras devem ser verdadeiras e confiáveis. Também, porque as Escrituras são a Palavra de Deus, Paulo escreve que os jovens devem viver de modo a não trazer desonra e opróbrio sobre a Palavra (2:5). É claro, as implicações de Paulo é que todos os cristãos devem conduzir suas vidas de modo a reflectir favoravelmente sobre a Palavra de Deus, por cujos padrões devem ser viver.
Teologia do Livro de Tito A Epístola do Novo Testamento dirigida à Tito foi escrita, de acordo com 1:1, por Paulo. Visto que 1 Timóteo e Tito não refletem, como pano de fundo, qualquer pena de prisão e visto que 2 Timóteo implica uma pena mais grave do que é refletida pelas epístolas escritas anteriormente na
prisão, muitos eruditos evangélicos acreditam que Paulo sofreu duas prisões. A primeira e mais grave é descrita em Atos 28. Paulo pode então ter sido lançado, durante o qual, entre outras coisas, ele revisitou Creta e começou uma igreja lá, deixando Tito no comando. Tivesse Lucas, o autor do livro de Atos, adicionado ao seu livro mais tarde, ele sem dúvida teria descrito neste comunicado e segunda prisão. Uma vez que não temos nada descrevendo este período da vida de Paulo, não temos nenhuma maneira de saber o local em que ele enviou esta carta a Tito, ou o tempo exato em que ela foi escrita. O objetivo da escrita de Paulo a Tito, como indicado em 1:5, era para lhe dar instruções práticas para colocar em ordem as coisas restantes inacabadas da igreja na ilha de Creta. Por esta razão, pode parecer surpreendente verificar tanto ensino teológico em uma carta tão breve. Muitos dos principais termos teológicos são encontrados dentro desta curta epístola, termos como eleição (1:1), a salvação (2:11), a fé e a crença (1:1, 2:2, 3:8), a graça de Deus (2:11, 3:7), resgate (2:14), regeneração (3:5), e justificativa (3:7). Bibliologia. Tit 1:2 é um versículo frequentemente utilizado em defesa da inerrância da Palavra de Deus, a Bíblia. Nele, Paulo refere-se a Deus como “Aquele que não pode mentir”, Aquele que está livre de engano e é totalmente verdadeiro e confiável. Não só Ele não pode mentir, como é impossível fazê-lo. Assim, Suas palavras devem ser verdadeiras e confiáveis. Também, porque as Escrituras são a Palavra de Deus, Paulo escreve que os jovens devem viver de modo a não trazer desonra e opróbrio sobre a Palavra (2:5). Claro que o que Paulo quer dizer é que todos os cristãos devem conduzir a suas vidas a refletir favoravelmente sobre a Palavra de Deus, cujas normas eles devem viver. Antropologia. A condição original da humanidade, sem Cristo e salvação, é muito bem descrita em 3:3. Paulo escreve sobre o nosso estado não-salvo, quando “nós também éramos insensatos, desobedientes, enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos em malícia e inveja, sendo odiados, odiosos e odiando-nos uns aos outros”. Paulo implica que quando somos salvos pela fé em Jesus Cristo, então nós nos tornamos livres da escravidão do pecado, para que possamos servir a Deus em justiça e numa vida de santidade. Cristologia. A Epístola de Paulo a Tito contém uma das mais fortes demonstrações de toda a Escritura sobre a divindade de Jesus Cristo. Não há dúvida de que Paulo acreditava que Jesus fosse um membro co-
igual e consubstancial da Trindade divina. Em 2:13, Paulo chama Jesus Cristo de “O nosso grande Deus e Salvador”, depois do qual procede uma breve menção a sua expiação vicária pelos nossos pecados. Jesus foi aquele que “deu a si mesmo por nós para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo seu próprio, ansioso para fazer o que é bom” (v. 14). Novamente, a necessidade dos perdidos do resgate ou a liberdade de todas as maldades que eles realizaram em seu estado não-salvos será exibida. Este conceito de resgate tem como pano de fundo a necessidade que os antigos escravos tinham da liberdade de um mestre (pecado) para se tornar escravos de outro mestre (justiça através de Jesus Cristo). Paulo nesta forma breve, mas clara, indica quem ele acreditava ser Cristo e o que Cristo proveu para aqueles que o aceitam pela fé. Soteriologia. De todas as doutrinas bíblicas, por algum motivo desconhecido, Paulo parece tratar da doutrina da salvação mais profundamente na sua Epístola a Tito. O objetivo universal da expiação de Cristo é indicado em 2:11, onde Paulo escreve sobre “a graça de Deus que traz salvação a todos os homens.” De acordo com os fatos de que Deus não quer que ninguém pereça (1 Pedro 3:19) e que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos apenas (Mt 24:31), Paulo enfatiza o alcance universal da expiação de Cristo. O agente de salvação, de acordo com as outras Epístolas pastorais, é mencionado como sendo “Deus, nosso Salvador” três vezes (1:3, 2:10, 3:4) e “Jesus Cristo, nosso Salvador” duas vezes (2:13; 3:6). A Trindade inteira, e especialmente a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, foram e estão diretamente envolvidas na salvação da humanidade, de acordo com Paulo. O instrumento pelo qual essa salvação foi dada foi a morte vicária de Cristo na cruz. Jesus Cristo “se entregou por nós para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo seu próprio, ansioso para fazer o que é bom” (2:14). A motivação para a provisão de Deus desta salvação é claramente dita como sendo a Sua misericórdia (3:5) e, um pouco mais tarde, Sua graça, ou favor imerecido estendido à humanidade (3:7). Paulo deixa claro que a salvação não é baseada em obras justas que nós mesmos fizemos (3:5). A razão de Deus nos salvar é claramente a nossa fé na obra que Deus, nosso Salvador, fez por nós (3:8). Os objetivos da nossa salvação, de acordo com Paulo em Tito, são duas. Um deles é para que os crentes possam apresentar a sua fé pelas suas boas obras. Isto é dito em muitas maneiras. Aqueles que professam
conhecer a Deus não devem negar seu conhecido por atos detestáveis de desobediência (1:16). Como cristãos, devemos negar a impiedade e as paixões mundanas e a viver uma vida sensata, justa e piedosa (2:12). Pelas posses especiais de Deus, devemos estar “ansioso para fazer o que é bom” (2:14). Os cristãos devem ser respeitosos com os “governantes e autoridades; obedientes... prontos para fazer tudo o que é bom” (3:1). Continuando o tema das boas obras, Paulo incentiva Tito a falar com confiança “de modo que aqueles que confiaram em Deus possam ter o cuidado de dedicar-se ao que é bom” (3:8). Do lado negativo, os cristãos são exortados a “evitar controvérsias tolas, genealogias, contendas e debates sobre a lei” (3:9). Finalmente, todos os cristãos devem aprender a “dedicar-se a fazer o que é bom, a fim de que eles possam prover as necessidades diárias e não viver uma vida improdutiva” (3:14). Como Paulo ressalta as seções práticas de suas epístolas, há um equilíbrio na vida do cristão entre a fé salvífica e boas obras, salvação e santificação. O outro objetivo da salvação vista em Tito é que nós, os cristãos, podemos ter a esperança da vida eterna (1:2, 2:7). Eclesiologia. Afigura-se no ensino de Paulo a Tito que as posições de ancião (1:5) e bispo, ou supervisor (1:7), eram um mesmo cargo nos primeiros dias da igreja. O primeiro termo, aparentemente, enfatizava a dignidade do cargo, enquanto o último salientava a função ou direito relacionado com a posição. É importante notar também que Paulo ordena Tito a “designar” anciãos em cada cidade (1:5). Aparentemente, no início da igreja, era preciso fazer as coisas mais episcopais de modo congregacional, embora os indícios de ambas as formas de governo da igreja possam ser encontradas no Novo Testamento. Paulo alista para Tito as qualidades que devem caracterizar os homens nomeados para o cargo de ancião, bispo (1:5-9). Escatologia. Três vezes em Tito, Paulo refere-se a esperança dos cristãos. Duas vezes ele chama de “a esperança da vida eterna” (1:2, 3:7). Em 3:7, ele acrescenta a idéia de que fomos feitos herdeiros segundo a esperança. Enquanto em outros versículos do Novo Testamento ressaltam a posse da vida eterna pelo cristão, Paulo enfatiza a consumação futura com a vida eterna, com o retorno de Jesus Cristo em glória e poder. Junto com viver uma vida boa na presente época, Paulo dá instruções adicionais para os cristãos a continuar a olhar para “bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (2:13). É significativo que a esperança da Igreja é a revelação de Jesus Cristo, quando Ele voltar à esta terra em poder e glória para reinar, e é por esse retorno que a Igreja de Jesus Cristo deve
continuar esperando. Wesley L. Gerig Fonte: Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology. Editado por Walter A. Elwell.